O IBGE divulgou nesta quinta-feira (23), os resultados mensais da PNAD Covid-19, uma versão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios com o objetivo de monitoramento dos principais impactos causados pela pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho e nos serviços de saúde. Em Sergipe, conforme a pesquisa, 1,835 milhão de pessoas tinham 14 anos ou mais de idade em maio e, para os conceitos utilizados na pesquisa, foram consideradas como “pessoas em idade de trabalhar”.
Desse contingente, apenas 806 mil estavam ocupadas. Em maio, eram 826 mil pessoas ocupadas. O número de pessoas desocupadas (sem ocupação, mas tomaram algum tipo de providência para conseguir um trabalho), saiu de 65 mil para 84 mil pessoas em junho. Somadas, essas duas categorias formam a chamada “força de trabalho”, que, em junho, contabilizava 890 mil pessoas.
Conforme a análise, as demais pessoas em idade de trabalhar somavam 945 mil. Essas pessoas não estavam ocupadas no mês de junho e tampouco tomaram alguma providência de busca de trabalho. Por essa razão, são consideradas como população fora da força de trabalho. Com isso, o número de pessoas fora da força de trabalho, em maio, era maior do que o número de pessoas na força de trabalho, o que, em tempos normais, não é a regra em uma população com a composição etária como a de Sergipe.
Assim, a taxa de participação na força de trabalho, que é o percentual da população na força de trabalho (ocupados e desocupados) no total da população em idade de trabalhar (pessoas com 14 anos ou mais de idade), ficou em 48,5%. Um outro indicador, o nível da ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas no total da população em idade de trabalhar, registrou 43,9%, o que, a grosso modo, significa dizer que a cada 1.000 pessoas em idade de trabalhar, apenas 439 estavam, de fato, trabalhando.
Os resultados divulgados hoje referem-se ao mês de junho, o segundo mês de coleta da pesquisa. Eles são apresentados em caráter experimental, podendo ocorrer ajustes no questionário ou nos indicadores derivados das variáveis investigadas, o que pode ocasionar variações significativas entre uma divulgação e outra.
Taxa de desocupação cresce
Em junho, a taxa de desocupação, também chamada de taxa de desemprego, foi de 9,4% em Sergipe, a menor na região Nordeste e a 4ª menor do país. O maior resultado da região foi obtido em Alagoas, com 15,3%, seguido do Maranhão com 14,1% e Bahia, com 14,9%. Em âmbito nacional, o menor resultado está em Santa Catarina com 8,6% e o maior no Amapá, com 17,6%.

Esse percentual representa o número de pessoas desocupadas, isto é, que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, no total de pessoas que estavam na força de trabalho. Ele não leva em consideração, portanto, as pessoas que estavam fora da força de trabalho, ou seja, pessoas em idade de trabalhar que não tomaram providência para conseguir trabalho.
É importante destacar que os resultados da Pnad Covid19 não são comparáveis aos resultados da Pnad Continua, que traz dados trimestrais para o mercado de trabalho e cujos últimos resultados divulgados se referem ao primeiro trimestre de 2020, período menos marcado pelos efeitos da emergência de saúde pública ocasionada pelo novo coronavírus.
Levando em consideração os meses de maio e junho, percebe-se um cenário tanto do ambiente de busca por trabalho menos favorável, como um maior número de pessoas desocupadas. Com isso, algumas pessoas que não estavam ocupadas, mas que antes da pandemia de Covid-19 estavam tomando alguma providência para conseguir trabalho, podem ter cessado a busca por ocupação. Assim, elas deixam de fazer parte da chamada “força de trabalho” e passam a integrar a população fora da força de trabalho. Essa população não é contabilizada no cálculo das taxas de desocupação (ou taxas de desemprego).
Ainda assim, no conjunto de 945 mil que estavam em idade de trabalhar, mas que estavam fora da força de trabalho, 382 mil disseram que gostariam de trabalhar, apesar de não terem procurado trabalho. Das 382 mil pessoas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de trabalhar, 284 mil (ou 74,3%) não o fizeram por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade onde residiam.
Os contingentes de pessoas ocupadas, de pessoas desocupadas e de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar, somados, chegou a 1,272 milhão de pessoas nessas condições.
A taxa de informalidade, por sua vez, ficou em 46,4%, representando um aumento de 0,7 p.p quando comparado com maio de 2020. O Piauí também apresentou essa taxa. No Nordeste, a taxa da informalidade é menor no Rio Grande do Norte (40,5%) e maior no Maranhão, com 51%.