Após uma internação de 10 dias devido a uma operação abdominal, o papa Francisco, de 86 anos, deixou o hospital Gemelli, em Roma, na manhã desta sexta-feira (16), para retornar ao Vaticano. O jesuíta argentino deixou a policlínica em uma cadeira de rodas às 8h45 (horário local), sorrindo, saudado por uma multidão de fiéis e jornalistas aglomerados na entrada do estabelecimento.
“Ainda vivo”, ele respondeu a um repórter que perguntou como ele se sentia. No meio de uma grande multidão, ele fez alguns cumprimentos e agradecimentos antes de retornar ao seu Fiat 500 branco, cercado por um imponente dispositivo de segurança.
Problemas de quadril, dores no joelho, operações, infecção respiratória – o sumo pontífice argentino tem problemas médicos recorrentes desde sua eleição em 2013.
Jorge Bergoglio foi submetido a uma operação de três horas em 7 de junho sob anestesia geral para reabsorver dolorosas “aderências” na parede abdominal, consequências de sua operação no cólon em julho de 2021, que já havia levado a uma internação de dez dias.
Ao longo de sua recuperação, o Vaticano publicou boletins diários de saúde do pontífice, mencionando uma “evolução regular”, um bom quadro clínico e “exames de sangue normais”.
Além de descansar, o papa também voltou ao trabalho de seu quarto no 10º andar do Gemelli, conhecido como o “hospital dos papas”, no mesmo quarto usado em muitas ocasiões por João Paulo II. Suas audiências foram canceladas até 18 de junho.
Na quinta-feira, ele visitou o departamento de oncologia pediátrica e neurocirurgia pediátrica. Alguns dos jovens pacientes lhe enviaram cartas, desenhos e mensagens de rápida recuperação.
Ritmo acelerado
Após uma cirurgia pulmonar aos 21 anos, o chefe da Igreja Católica é regularmente forçado a aliviar sua agenda devido a problemas de saúde.
Nos últimos meses, os rumores sobre a possibilidade de renúncia ao cargo e à sua sucessão aumentaram de intensidade.
Trata-se da terceira internação do papa em menos de dois anos. No final de março, ele já havia retornado ao hospital Gemelli com uma infecção respiratória, que exigiu tratamento com antibióticos por três dias.
O papa Francisco disse que teve sequelas da anestesia de 2021, o que levou ao adiamento de uma cirurgia no joelho, um problema que o aflige há meses.
Em janeiro, ele havia revelado novamente sofrer de diverticulite, inflamação dos divertículos, hérnias ou bolsas que se formam nas paredes do aparelho digestivo.
Apesar de repetidos alertas médicos, Francisco mantém uma agenda lotada e um ritmo acelerado, às vezes com uma dezena de consultas na mesma manhã.
Ele também continua viajando, com uma agenda particularmente cheia nos próximos meses. O programa da tão esperada visita a Portugal no início de agosto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa inclui cerca de vinte encontros e onze intervenções.
Ele também deve viajar para a Mongólia no início de setembro e para Marselha, no sul da França, no dia 23 de setembro.
Fonte: MSN