ARACAJU/SE, 14 de setembro de 2025 , 3:56:35

Parlamentares acusam Zambelli e Bia Kicis de incitarem população contra governadores com base em fake News

O senador Rogério Carvalho e o deputado federal João Daniel, ambos do PT do Sergipe, vão apresentar uma ação no STF contra a deputada Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, além de denunciá-la no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados com as acusações de “incitar a violência, promover o caos social e a desinformação”.

Os dois afirmam que Zambelli compartilhou fake news contra os governadores, especialmente o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas. Zambelli postou um vídeo afirmando que Chagas havia decretado a expropriação de propriedade privada.

Neste domingo, Chagas divulgou nota afirmando que seu decreto falando na previsão de requisição administrativa de imóveis, em cenários de calamidade, é “mera repetição do previsto na Constituição Federal”, no artigo 5, inciso 25, e na Lei de Combate ao Coronavírus, de iniciativa de Jair Bolsonaro em 2020, em seu artigo 3, inciso 7.

“Esta previsão permitiu, por exemplo, que a Prefeitura de Aracaju utilizasse o Estádio João Hora de Oliveira, um terreno particular, para a instalação do Hospital de Campanha sob sua responsabilidade. Ademais, o Decreto de Calamidade Pública em vigor atualmente é uma renovação daquele que foi editado em abril de 2020, já tendo sido renovado em outubro daquele ano com o mesmo teor, na íntegra”, afirmou nota de Chagas enviada à imprensa.

Sem citar nomes, o governador lamentou que políticos tenham interesse em espalhar “a mentira e a cultura do ódio”. “Lamentamos profundamente ainda que, num período tão complicado da história do nosso país, em que é necessário unir forças de todos para o enfrentamento a uma pandemia, alguns poucos políticos têm como principal objetivo espalhar a mentira e a cultura do ódio para a população”, dizia a nota.

Procurada, Carla Zambelli afirmou que há diferença entre o texto sancionado por Bolsonaro e o de Chagas. A lei federal fala em pagar pelos bens e serviços requisitados. O decreto estadual fala em bens e imóveis e não cita pagamento, embora cite que devem ser observadas as formalidades legais, o que pode significar que será feito o pagamento, como expressa a lei federal.

“Não incitei contra ninguém. A informação não é falsa. O PT inverte os fatos”, afirmou.
Bia Kicis usa morte de PM no jogo político.

Já a deputada Fernanda Melchionna, do PSOL do Rio Grande do Sul, anunciou que o partido irá tentar inviabilizar o funcionamento da Comissão de Constrituição e Justiça da Câmara enquantro a deputada Bia Kicis, do PSL do Distrito Federal, for a presidente.

Kicis publicou e depois apagou um tuíte em que relaciona o surto psicótico de um policial militar na Bahia às medidas de restrição impostas pelo governo baiano para conter o coronavírus. Postando um áudio sem identificação, em que uma mulher afirma que o PM teria surtado por não suportar a pressão do Estado, Kicis afirmou que o policial teria se insubordinado a ordens ilegais, como a decretação do lockdown.

Independentemente do fato de que o policial estava em surto psicológico, a versão de Kicis não tem amparo nos fatos, porque o policial lançou mercadorias vendidas por ambulantes no mar, o que desmonta a tese de que ele estaria preocupado com o impedimento de pessoas trabalharem.

“É inacreditável que a presidente da CCJ, que deveria ser um exemplo de respeito à onstituição, se sinta à vontade para espalhar noticias falsas. Bia Kicis utilizou o fato de um PM em surto ser morto ao atacar colegas a tiros na Bahia para faturar politicamente com a tragédia”, afirmou Melchionna.

Kicis publicou tuíte sobre o tema: “Nesta madrugada fui informada, de que o PM morto, em surto, havia atirado para o alto e foi baleado por colegas. As redes se comoveram e eu também. Hoje cedo removi o post para aguardarmos as investigações”.

Por Guilherme Amado – Época

 

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