Da redação, AJN1
Depois da manifestação ocorrida no último domingo (11) em frente a sede da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) do bairro Jardins, em Aracaju, o pastor Luz Antônio, que foi alvo de denúncias de assédio no Departamento de Atendimento à Grupos Vulneráveis (DAGV), juntamente com o filho, que também é pastor, quebrou o silêncio nesta terça-feira (13) e usou as redes sociais para falar sobre o caso.
No vídeo o pastor, que está aparentemente emocionado, alega que seguindo as orientações jurídicas estava aguardando o momento para se pronunciar sobre o caso e considera “absurdas” as acusações direcionadas a ele e ao filho. “Durante o período em que eu estava na UTI, e sem nenhum exagero lutando contra a morte, nesse exato momento eu estava sendo, eu e meu filho, atacado com acusações absurdas. Quando eu saí do hospital, mesmo estando ainda em estado de recuperação como ainda me encontro, sem autorização médica para voltar completamente a todas as minhas atividades pastorais, eu me calei, porque até então estávamos sendo atacados eu e meu filho e, seguindo as orientações jurídicas, eu aguardava o momento para que pudesse me pronunciar”.
Luiz Antônio lamenta que o protesto realizado tenha tido como alvo a igreja. “Pra minha profunda tristeza a Igreja do Senhor Jesus Cristo começou a ser atacada. Sabe o dia que escolheram para esse ataque, o dia da Santa Ceia do Senhor. Vieram à frente da nossa igreja, da igreja do jardins, na igreja da sede, com palavras ofensivas, e eu não estou dizendo que foi sem nenhum respeito a mim, que seja, que falem de mim, do meu filho, mas desrespeitaram um culto ao senhor, desrespeitaram os irmãos, irmãos que foram agredidos verbalmente, irmãos que foram agredidos fisicamente, onde? na Igreja. Esse foi o ambiente procurado por eles”.
O pastor, que ainda está em processo de recuperação da covid-19, ressalta que “estou aqui, pra dizer a você que a Igreja do Evangelho Quadrangular em Sergipe, diante daquilo que tem sido apresentado a meu respeito e a respeito do meu filho, a Igreja também está aguardando, a instituição está aguardando todos os trâmites legais aos quais eu estou completamente sujeito à disposição para que a gente possa prestar todos os esclarecimento e trazer a verdade dos fatos”. O pastor ainda agradeceu as orações pela sua recuperação da doença.
Nota
Na segunda-feira (12), a IEQ Jardins divulgou nota sobre a manifestação ocorrida em frente a igreja. “A IEQ-SE contesta os atos de violência praticados no domingo, dia 11 de abril, por pessoas de um movimento da internet, que às portas de duas de nossas igrejas dispararam buzinas e agressões públicas verbais; geraram perturbação à cerimônia dos cultos de Santa Ceia; causaram incitação do ódio e constrangimento com faixas e palavras generalizadas de acusação; geraram coação dos nossos membros para entrada e saída do local; e mostraram total insensibilidade com as vizinhanças quanto ao momento de pandemia”.
“A IEQ-SE esclarece também que está acompanhando, com atenção, desde o início os procedimentos investigativos sobre notícias de supostas condutas impróprias, que teriam sido atribuídas a pastores pertencentes a seu quadro, e aguarda a conclusão dos mesmos para, então, atuar com todas as medidas que forem pertinentes, inclusive, quanto à preservação da sua credibilidade institucional de 47 anos perante a comunidade sergipana”, diz outro trecho da nota.
Apuração
Depois que algumas mulheres procuraram o DAGV para registrar queixa contra o pastor Luiz Antônio e o filho, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) instaurou inquérito para apurar o caso. As investigações seguem em sigilo.
O caso ganhou repercussão depois da criação de uma página em uma rede social onde várias mulheres relataram supostos casos de assédio.