Com a chegada do período junino, a Polícia Científica de Sergipe faz alertas sobre os riscos relacionados ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. No estado, cerca de 50% dos casos de acidentes de trânsito ocorreram em torno da combinação entre o consumo de álcool e a condução de veículos, conforme indicadores do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF), vinculado à Polícia Científica. Esse é apenas um dos riscos da ingestão de bebidas alcoólicas, já que a substância também pode facilitar a ocorrência de crimes sexuais.
Diante desse cenário, a recomendação para a ingestão moderada de álcool está diretamente atrelada ao efeito da substância no organismo humano, conforme explicou o perito criminal Ricardo Leal, do Laboratório de Toxicologia Forense do IAPF. “O álcool é um depressor do sistema nervoso central. De forma prática, em vez de causar estímulo e agitação, o álcool gera uma sensação de pouca agitação”, esclareceu.
Com esse efeito depressor, o tempo de reação do ser humano é afetado, diminuindo a capacidade de resposta na condução de veículos, assim como exemplificou o perito criminal. “A capacidade de exercer atividades como dirigir um veículo estará comprometida, pois haverá uma dificuldade de manter a atenção e de ter uma resposta rápida no trânsito, ocasionando acidentes”, detalhou Ricardo Leal.
Combinação entre substâncias
Se somente o consumo de álcool é capaz de interferir na concentração e na atenção do ser humano, a ingestão combinada com outras substâncias potencializa os danos à saúde e amplia os riscos de acidentes, assim como relatou Ricardo Leal. “Ou seja, se a pessoa fizer o consumo do álcool juntamente com medicamentos ou drogas de abuso, os efeitos no organismo humano podem ser potencializados”, alertou o perito criminal.
Crimes sexuais
Além de ser considerado um dos fatores para a ocorrência de acidentes de trânsito, o álcool também está entre as substâncias utilizadas pelos criminosos para a prática de crimes sexuais, conforme alerta a Polícia Científica de Sergipe. “Nos casos de violência sexual, a substância psicoativa mais utilizada para o cometimento desses crimes é o álcool”, enfatizou o perito criminal Ricardo Leal.
Isso porque o efeito do álcool no organismo humano – que pode estar combinado com outras substâncias – cria um cenário favorável aos criminosos sexuais. “Em muitos casos de violência sexual, onde a gente análisa amostras de sangue e de urina, a gente consegue detectar álcool. Ou seja, o álcool, também associado a outras substâncias, pode ter deixado a vítima em condição de vulnerabilidade”, descreveu o perito do IAPF.
Bebidas adulteradas
Além do próprio álcool, os riscos de acidentes de trânsito e de crimes sexuais ainda podem ser potencializados pela adulteração das bebidas, conforme concluiu o perito criminal. “Se for uma bebida adulterada com a finalidade de, por exemplo, cometer crime sexual, há substâncias que normalmente são chamadas de drogas facilitadoras de crimes, que potencializam os efeitos do álcool no organismo humano”, finalizou Ricardo Leal.
Fonte: Secom