Da redação, AJN1
Peritos oficiais de Sergipe iniciaram nesta segunda-feira (12) uma paralisação de 48 horas para chamar a atenção do governo para a questão salarial da categoria. Segundo os peritos, a diferença de vencimentos para quem está no início da carreira e para quem tem 30 anos de serviço é de R$ 260. Eles reclamam que as negociações com o Governo do Estado estão travadas desde setembro.
Na manhã de hoje, peritos criminais, médicos legistas e odontolegistas ligados ao Sindicato dos Peritos Oficiais (Sinpose) fizeram um ato em frente ao prédio do Instituto Médico Legal (IML), na praça Tobias Barreto no bairro São José, Aracaju. A paralisação segue até a manhã da quarta-feira (14).
O presidente do Sinpose, Carlos Eduardo Araújo, explicou que a principal reivindicação da categoria é o plano de carreira. “A paralisação ocorre por conta das tentativas frustradas de negociação da reestruturação da carreira. Em setembro estivemos reunidos com o governador que repassou a atribuição para o secretário Gama. Desde então tentamos contato para marcar uma reunião com o secretário, o que não aconteceu”, explicou o sindicalista.
Ele disse ainda que o secretário de Segurança Pública chegou a encaminhar para a Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão (Seplag) uma proposta de reestruturação, mas ela foi negada sob alegação que não haveria a possibilidade de sua aplicação, mesmo que isto não fosse de imediato. “Diante disso a categoria decidiu paralisar por 48 horas e esperamos um posicionamento do Governador. Que ele tome a frente das negociações”, ressaltou Carlos Eduardo.
De acordo com o sindicato, a remuneração dos peritos sergipanos é a pior do Nordeste e a segunda mais defasada do país. Além disso, Sergipe dispõe atualmente de pouco mais de 50 peritos quando este número deveria ser de superior a 410, conforme exigência da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê um perito para cada grupo de 5 mil habitantes.
Em virtude da paralisação, no Instituto Médico Legal (IML) serão realizadas necropsias apenas durante o dia e atendimentos a vítimas de crimes sexuais e de lesões corporais em caso de flagrante. No caso do Instituto de Criminalística só serão atendidas ocorrências relacionadas a mortes violentas.