No Brasil, mais de um milhão de toneladas de lixo plástico são jogados anualmente no oceano. O relatório “Fragmentos da destruição – Impactos dos Plásticos na Biodiversidade Marinha Brasileira” coloca o país como o oitavo maior poluidor mundial desses resíduos nos mares.
A urgência por soluções sustentáveis ambientalmente levou a tecnóloga em Agroindústria, Larrisa Soares, a criar um plástico biodegradável. A solução inovadora foi desenvolvida durante o doutorado em Biotecnologia Industrial (Renorbio) na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A pesquisadora criou o bioplástico para substituir o plástico convencional a partir do extrato da casca do jabotá – fruto encontrado facilmente no Cerrado, no Pantanal, na Amazônia e na Mata Atlântica, e de sabor doce e odor característico.
No Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Bioengenharia da UFS, o extrato do jabotá foi incorporado em formulações de filmes de quitosana, que são comumente utilizados pela indústria como embalagens ativas para alimentos.
“A aplicação do extrato do jabotá aumentou em até 60 vezes a atividade antioxidante in vitro em comparação com o filme sem extrato. Também melhorou as propriedades físicas do filme, como umidade, solubilidade e luminosidade,” explica Larrisa Soares.
“Os filmes incorporando o extrato da casca do jatobá mostraram ainda o potencial como embalagens bioativas e biodegradáveis verdes, que é uma alternativa às embalagens contendo derivados de petróleo,” acrescenta a doutora em Biotecnologia Industrial.
Sob orientação da professora Luciana Cristina Santana, a tese de doutorado resultou no depósito de duas patentes junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). O próximo passo é tentar transferir a tecnologia para o setor industrial.
“Nós tentamos resolver problemas ambientais, entre eles o descarte de resíduos do jatobá tanto pela indústria de polpas, bem como pessoas que a utilizam a fruta para fazer doces ou até remédios caseiros,” salienta a professora de Tecnologia de Alimentos.
Fonte: Ascom UFS