ARACAJU/SE, 27 de julho de 2025 , 14:18:11

Pistache, uma das sementes mais caras do mundo, conquista o paladar brasileiro

Era uma vez, em um reino muito distante, uma rainha apaixonada por pistache. Diz a lenda que a Rainha de Sabá, conhecida como Makeda, exigia toda a produção da semente para seu próprio uso e de seus admiradores. A monarca etíope sabia das coisas ou, pelo menos, tinha um gosto bastante sofisticado.

Assim também foi com Adão que, ao ser expulso do Éden, levou consigo um punhado das sementes. O pistache, inclusive, é frequentemente citado na Bíblia. Evidências arqueológicas na Turquia e na Síria mostram que o alimento já era consumido desde os anos 7000 a.C. Talvez venha daí, da mistura do sagrado com nobreza, essa aura de ingrediente luxuoso.

Seu preço também contribui para tal fama. O pesteh, de origem iraniana, está entre as oito especiarias mais caras do mundo, ao lado do açafrão, cardamomo e fava de baunilha. Ou seja, pode sustentar sem modéstia o título de iguaria.

história do pistache começa no Oriente Médio, mais precisamente na Síria e na antiga Mesopotâmia. Foi quando chegou à Itália, no entanto, que o pistache ganhou fama pelo mundo. A paixão dos italianos pelo pistacchio fez com que eles elevassem a qualidade do insumo a um patamar ainda mais alto. Tanto que os cultivados na cidade de Bronte, região da Sicília, têm selo de denominação protegida (DOP) e foram batizados de ouro verde.

No Brasil, não há produção de pistache. O Ceará vem alguns anos ensaiando testes, mas o negócio ainda não foi para frente. Então, a origem de todo pistache comido pelas bandas de cá vem de fora. Lembrando: é extremamente importante separar o joio do trigo, ou melhor, o pistache verdadeiro de emulsões saborizadas totalmente artificiais. Essas nem devem ser levadas em conta.

De cor verde amarronzada e sabor docemente amendoado, as sementes são encontradas em países como Líbano, Turquia, Índia, Irã e Afeganistão. Além da Itália, tem sido cultivado comercialmente na Austrália, Novo México e Estados Unidos, principalmente na Califórnia, onde foi introduzido em 1854. Rico em betacaroteno, vitamina E e luteína, antioxidantes que retardam o envelhecimento, é também utilizado na indústria cosmética.

CNN BRASIL

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