ARACAJU/SE, 21 de junho de 2025 , 14:23:49

Polícia alerta para riscos de crimes sexuais, intoxicação e morte por bebidas adulteradas durante festejos juninos

 

Durante os festejos juninos, cresce o risco de mortes provocadas por acidentes de trânsito e por intoxicação com bebidas alcoólicas adulteradas. Também são comuns casos de violência sexual a partir da inserção de medicamentos nas bebidas sem conhecimento das vítimas. Diante desses perigos, a Polícia Científica de Sergipe (PCi) alerta para a necessidade de redobrar os cuidados nesta época.

Segundo o perito criminal Ricardo Leal, do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF), já foram registrados casos em Sergipe de pessoas intoxicadas por bebidas adulteradas com veneno ou praguicida, especialmente no interior do estado. “Já atendemos casos de morte provocada por consumo de bebidas contaminadas, geralmente manipuladas sem os devidos cuidados”, destacou.

O perito também chamou a atenção para o consumo excessivo de álcool, que pode provocar intoxicações graves, acidentes e mortes. “Já recebemos amostras em que o nível de álcool no sangue da vítima ultrapassava 40 decigramas por litro, o que pode levar a uma morte rápida. É essencial que o consumo de álcool seja feito com moderação”, alertou.

Trânsito e mortes

É esse aumento no consumo de bebidas alcoólicas durante os festejos juninos que também contribui para o crescimento no número de acidentes de trânsito. “O álcool é a substância psicoativa mais consumida e mais tolerada pela sociedade. Nesse período, é comum haver uma relação direta entre o consumo excessivo e o aumento de ocorrências”, reiterou Ricardo Leal.

Segundo o perito criminal, levantamentos feitos pelo IAPF apontam que entre 55% e 60% dos acidentes de trânsito registrados em Sergipe têm relação com o consumo de álcool. “Ao investigarmos acidentes, é muito comum que, especialmente neste período, identifiquemos que a vítima que foi a óbito estava sob efeito de bebida alcoólica. Essa é uma realidade que reforça a necessidade de moderação e responsabilidade”, destacou.

Crimes sexuais

Outro ponto preocupante durante épocas festivas é a ocorrência de crimes sexuais em que medicamentos são adicionados à bebida da vítima, sem o seu consentimento. “Geralmente utilizam ansiolíticos, como medicamentos controlados em gotas, por ser de fácil manipulação. Em ambiente de festa, isso se torna ainda mais comum”, alertou Ricardo Leal, integrante do IAPF.

O perito reforçou que, nesses casos, logo após a identificação de potenciais situações de crime, a vítima é encaminhada pela Polícia Civil para o Instituto Médico Legal (IML), onde são feitos exames, inclusive com a coleta de sangue e urina. “As análises buscam identificar a presença de álcool, medicamentos ou drogas. A Polícia Civil mantém diálogo constante com o IAPF para garantir a condução adequada dos exames e o envio célere dos laudos”, completou.

Ainda de acordo com Ricardo Leal, o IAPF tem atuado fortemente nas perícias dos casos de violência sexual, com laudos que, em situações mais simples, podem ser emitidos em até uma semana. “Já em casos mais complexos, como mortes a esclarecer ou intoxicações exógenas, pode ser necessário mais tempo devido à complexidade das análises, mas estamos trabalhando para acelerar a liberação neste período festivo”, concluiu o perito criminal.

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