ARACAJU/SE, 27 de novembro de 2024 , 0:22:58

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Polícia Civil investiga se mulher encontrada em Canindé forjou o próprio sequestro

 

A equipe de investigações da Delegacia de Canindé do São Francisco trabalha para elucidar o suposto sequestro de uma mulher, residente em Itabaiana, que passou 18 dias desaparecida e foi encontrada no sábado (27), em uma área de mata na cidade de Canindé.  Levantamentos realizados pela polícia indicam que a suposta vítima teria forjado o próprio sequestro, situação que se confirmada poderá levá-la a responder pelos crimes de comunicação falsa e denunciação caluniosa.

O caso foi comunicado na Delegacia Regional de Itabaiana no dia 13, quando a mãe da mulher registrou um boletim de ocorrência informando que a filha teria saído de casa no dia 9 de janeiro e não manteve mais contato com a família. Sete dias depois, a polícia tomou conhecimento que a suposta vítima enviou uma mensagem para o filho, alertando que teria viajado para Canindé, em busca do ex-namorado, e estaria correndo perigo.

O homem foi localizado e ao ser ouvido pela na delegacia de Itabaiana revelou que o último contato com a mulher aconteceu em novembro do ano passado. Dias depois, ele voltou a ser ouvido e manteve a versão anterior,  afirmando que não mantinha contato com a ex-namorada. Atendendo a solicitação do delegado, o homem encaminhou email e chegou a telefonar, ainda na delegacia, para a mulher, mas não conseguiu contato.

No último sábado (27), o 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) recebeu a denúncia de que uma mulher era mantida em cárcere numa região de mata no município de Canindé. A partir do sinal do celular. a susposta vítima foi resgatada e encaminhada ao Hospital Municipal de Canindé de São Francisco, onde recebeu os primeiros socorros.

Ao tomar conhecimento que a mulher tinha sido encontrada, o delegado de Itabaiana, Edvânio Dantas, identificou sinais de uma possível fraude e  solicitou o apoio do delegado de Canindé, Douglas Lucena, que foi ao hospital onde a suposta vítima estava e colheu o depoimento do médico que ofereceu os primeiros socorros.

Ainda no decorrer da apuração policial, várias imagens de câmeras de segurança foram recolhidas e analisadas, o que permitiu identificar que ela circulava em estabelecimentos comerciais, mesmo durante o período dos supostos desaparecimento e sequestro.

“Fomos informados pelo delegado responsável pela investigação de desaparecimento sobre possíveis incongruências no caso. Diante dessa informação, fomos ao hospital e conversamos com o médico que atendeu a suposta vítima do sequestro. O médico nos relatou situações que chamaram a sua atenção”, explicou o delegado Douglas Lucena, de Canindé de São Francisco, município onde a mulher estava.

“Segundo a jovem, o cativeiro era em local a céu aberto, na cidade de Canindé, onde ela estava exposta ao sol e à noite e, durante os 15 dias, ela ficou sem nenhuma alimentação, porém não tinha nenhum sinal de desidratação e não existiam sinais de picadas de mosquito e sequer insolação em sua pele. Inclusive, não existiam os hematomas que configurassem a narrativa apresentada pela jovem, de que foi mantida amarrada pelas pernas e mãos durante os 15 dias pelo namorado”, relatou o delegado Edvânio Dantas, lotado na Delegacia Regional de Itabaiana e que está à frente das investigações.

*Com informações Ascom SSP

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