Da redação, AJN1
O secretário de Estado da Segurança Pública, João Eloy, recebeu na manhã desta terça-feira (16), familiares do designer de interiores, Clautênis José dos Santos, de 37 anos, morto dentro de um veículo de transporte por aplicativo durante abordagem policial no dia 8 de abril, zona Norte da capital sergipana.
Diante dos familiares, o gestor da SSP, ao lado da delegada geral da Polícia Civil, Katarina Feitosa, informou que um dos três policiais civis afastados após a trágica ação, cujo nome foi preservado, reconheceu que atirou duas vezes contra Clautênis durante a operação. Eloy disse ainda que outros detalhes precisam ser esclarecidos e os delegados irão fazer a reconstituição da ação que resultou na morte do designer. Ele também afirmou que as imagens do circuito interno das redondezas também serão recolhidas e analisadas.
“Não existe uma abordagem padrão de você chegar atirando, a polícia atira quando existe uma reação. O policial assumiu que atirou, agora, cabe à polícia e aos investigadores as circunstâncias e de que forma ele atirou, se já chegou atirando, se o Clautênis chegou a sair do carro. Vai ser feita a reconstituição do crime com a presença do Ministério Público e com todo mundo”, afirmou o gestor.
O irmão da vítima, Cléverton Santos, disse que percebeu interesse da SSP em solucionar o caso. “Desde a morte do meu irmão, este é o primeiro contato da SSP, até então não tivemos contato nenhum, mas sentimos a dedicação do secretário em esclarecer esse fato, assim como nossa família quer”, comentou.
Entenda
O fato aconteceu por volta das 22h da última segunda-feira (8), nas imediações do Sesi do bairro Santos Dumont, na zona norte de Aracaju, durante abordagem de uma equipe da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV). O motorista e outro passageiro do veículo também saíram feridos.
Segundo familiares, Clautênis teria passado o dia no Bugio e à noite solicitou um veículo de aplicativo para retornar à Barra dos Coqueiros, onde residia. Ele viajava acompanhado do colega Leandro Vasconcelos. Quando o veículo passava nas imediações do Sesi houve a abordagem policial.
Leandro contou que não houve qualquer tipo de reação, nem por parte deles ou pelo motorista. Ele esclareceu que estava no banco de trás acompanhado da vítima e no momento da abordagem chegaram a imaginar que se tratava de um assalto e por conta disso se abaixaram.
“Nas imediações da divisão do Bugio com o Santos Dumont, depois da ponte, uma caminhonete de cor escura aproximou da lateral do motorista pedindo para! para! para! Eu mais Clautênis estávamos no banco de trás. Achamos que era assalto e nos abaixamos. Quando o motorista baixou o vidro e falou é Uber! é Uber! Começou os disparos. Eu consegui abrir a porta e pular no chão. Tentei puxar Clautênis, mas ele já estava baleado”, contou a testemunha, acrescentando que ao perceber que se tratava de uma ação policial, de policiais civis, pediu pelo amor de Deus para que não matasse, pois se tratava de Uber e era apenas um passageiro.