ARACAJU/SE, 7 de setembro de 2025 , 16:31:45

Portela conquista o Estandarte de Ouro de melhor escola do carnaval 2024

 

A Portela foi eleita a melhor escola do Grupo Especial pelo júri do Estandarte de Ouro 2024. A agremiação foi a segunda a desfilar na segunda noite e levou para a Avenida o enredo “Um defeito de cor”. O segundo quesito a ser votação foi inovação, conquista do Salgueiro. A ala das passistas foi da Mocidade. O Estandarte de Ouro é uma realização dos jornais O GLOBO e Extra.

A partir do romance homônimo de Ana Maria Gonçalves, a Portela levou pra avenida uma reflexão sobre a história das “negras mães de todos nós”. Pela trajetória de uma matriarca negra, a escola narra a “a busca pelo sentido” da existência dos negros no Brasil. As perguntas que o enredo faz são: “Por que somos? Por que assim fazemos? Por quem lutamos? Em memória do que?”

Os jurados, durante a votação, destacaram a emoção que o desfile da escola passou. A agremiação apresentou a história de mulheres fortes, como Luiza Mahim, mãe de Luiz Gama. Um dos pontos altos foi a homenagem às mães de vítimas da violência. Ao todo 16 mulheres vieram no último carro, entre elas Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco e Ana Paula Oliveira, mãe de Jhonata Oliveira. Todas levaram objetos, como camisetas com fotos que lembravam seis filhos e exibiram durante a passagem da escola.

Premiação com 15 categorias

Na categoria inovação, o Salgueiro ganhou com a cachoeira de Led do carro “A beleza Yanomami”, o quinto levado pela agremiação. Na escolha, foi ressaltada a opção do carnavalesco de não usar água, o que seria um desperdício e iria contra a própria ideia do enredo da escola.

O terceiro quesito votado foi a ala de passistas da Mocidade. A descontração dos integrantes, sem passo marcado, foi o que chamou a atenção dos jurados.

Na categoria personalidade, Vilma Nascimento, histórica porta-bandeira da Portela, de 85 anos, ganhou a premiação. Os jurados ressaltaram o legado de Vilma, uma história familiar ligada ao carnaval. Esse ano, a baluarte saiu em sua escola de coração, e também pela verde e rosa, a Mangueira, que prestou homenagem a Alcione, que a convidou pessoalmente para estar na Avenida. Em novembro do ano passado, ela sofreu uma abordagem racista em uma loja do Aeroporto de Brasília. Logo em seguida, recebeu muito apoio dos amigos do mundo do carnaval e de fãs.

O mestre Pablo, à frente da Porto da Pedra, ganhou na categoria revelação. Ele, que estreou no Grupo Especial no posto, teve bossas inspiradas nos ritmos nordestinos muito bem executadas, justificaram os jurados.

A Imperatriz Leopoldinense conquistou melhor ala com a “Sonhar com Rosas”. Na justificativa, o figurino foi definido como “belo e criativo”, com um ótimo desempenho, “desfilando com elegância e desembaraço”.

As 12 escolas de samba, que compõem o Grupo Especial, podem concorrer a 15 categorias, sendo elas: escola, bateria, ala de passistas, samba-enredo, enredo, comissão de frente, inovação, personalidade, ala, baianas, puxador, revelação, mestre-sala, porta-bandeira e destaque do público. Neste ano, a categoria Fernando Pamplona passou a integrar a premiação da Série Ouro, grupo composto por 16 agremiações que, anteriormente, concorriam apenas a melhor escola e melhor samba-enredo.

Para valorizar os novos compositores, como acontece desde 2005, samba-enredo reeditado continua não entrando na disputa da categoria. Com a decisão, esse ano, fica de fora o da Vila Isabel “Gbalá, Viagem ao templo da criação”, de Martinho da Vila. Cantado na Avenida pela primeira vez no carnaval de 1993, quando ganhou o Estandarte, a composição embalou o desfile deste ano da escola. Já houve caso de um samba reeditado levar o prêmio. Isso aconteceu em 2004, com “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira, no Império Serrano. A composição é considerada um clássico do gênero.

Premiação na Série Ouro

No domingo, após a segunda noite de desfiles da Série Ouro, a Estácio de Sá conquistou o Estandarte de Ouro nas categorias mais cobiçadas do grupo, formado por 16 agremiações: melhor escola e melhor samba-enredo. De acordo com os avaliadores, o samba-enredo contribuiu muito para os prêmios. Na categoria Fernando Pamplona, entregue às escolas que fazem melhor uso de material barato e com bom efeito, que neste ano passa a ser dado a uma escola da Série Ouro, foi para o abre-alas da escola Arranco do Engenho de Dentro.

A Estácio passou por tensão nos últimos minutos do desfile, durante o primeiro dia da Série Ouro. O portão fechou aos 56 minutos, um a mais do que o máximo estipulado pelo regulamento. Além do atraso, a escola enfrentou uma falha no sistema de som, por alguns segundos, nos 15 minutos iniciais. A agremiação, mesmo penalizada no dia da apresentação, não deu falta dos pontos para conquistar os prêmios.

A Arranco do Engenho de Dentro foi condecorada na categoria Fernando Pamplona pelo uso criativo de caixas e bulas de remédio na decoração, coletadas dos Centros de Atendimento Psicossocial da Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo os jurados, o alinhamento entre a utilização dos produtos reciclados com o enredo fez com que a escola se destacasse na Avenida.

Com a inclusão da categoria Fernando Pamplona, a Série Ouro passou a contar com três prêmios. Até o ano passado, o acesso contava apenas com premiação para melhor escola e melhor samba-enredo. Já o Grupo Especial fica com 15. O principal objetivo da mudança é privilegiar as agremiações com menos recursos e estimular a criatividade dos artistas do acesso.

Fonte: O Globo

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