ARACAJU/SE, 13 de maio de 2025 , 0:26:21

Procuradores do MPF-SE investigam ameaças de morte em comunidade Quilombola

Os procuradores da República Gisele Bleggi e Márcio Albuquerque, do Ministério Público Federal (MPF), conduziram uma visita à comunidade quilombola Brejão dos Negros em resposta a denúncias de ameaças de morte dirigidas à líder comunitária Maria Izaltina Silva Santos. As ameaças teriam se intensificado após o reconhecimento das terras pelo Governo Federal em 20 de novembro. A visita ocorreu na segunda-feira, 27.

A diligência, que contou com a participação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar, teve como objetivo a implementação de medidas de segurança para garantir a integridade física e a vida dos membros da comunidade, conhecidos por sua contribuição para a produção de arroz agroecológico e frutos do mar no Estado, como explicou a procuradora Gisele Bleggi.

Durante a visita, o Incra destacou a regularidade da portaria de reconhecimento das terras, enquanto o Ibama expressou preocupação com a relação entre problemas sociais e ambientais no território. Cassio Murilo Costa, superintendente do Ibama, apontou mudanças no eixo de concentração da carcinicultura para a região do Baixo São Francisco, especialmente em Brejo Grande, onde centenas de empreendimentos ilegais foram embargados.

Líderes da comunidade compartilharam suas preocupações quanto à violência e degradação ambiental, relatando a restrição de acesso de pescadores e povos ribeirinhos aos portos e recursos marinhos, resultando em grave diminuição de pescados e renda. Essa situação motivou a formulação de estratégias de enfrentamento e a articulação com o Poder Público, conforme pontuado pela procuradora Gisele Bleggi.

Diante das ameaças de morte contra as lideranças quilombolas, o MPF em Sergipe solicitou a abertura de inquérito policial para aprofundar as investigações e identificar os autores. Em 23 de novembro, o MPF enviou um ofício solicitando a inclusão de Maria Izaltina Silva Santos e outros líderes da comunidade no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas.

 

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