ARACAJU/SE, 19 de janeiro de 2025 , 5:56:29

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Pesquisa mostra Sergipe como 4º maior produtor de milho em grãos do NE em 2019

O IBGE divulgou nessa quinta-feira (1) os resultados da Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2019, que levanta informações sobre área plantada, área colhida ou destinada à colheita, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das principais culturas temporárias e permanentes do país. Entre 2018 e 2019, a produção de milho em grão saltou de 106.814 toneladas para 687.221 toneladas, o que representa um aumento de cerca de 6,4 vezes, reflexo das condições climáticas mais favoráveis em 2019. Apesar de ser o menor estado da região, em 2019 Sergipe voltou a ser o quarto maior produtor do Nordeste, atrás de Bahia, Piauí e Maranhão.

O milho é a principal cultura do estado e, em 2019, 54,25% da área plantada ou destinada à colheita em Sergipe, estava ocupada pelo milho, um total de 148.624 hectares. Esse percentual é o maior da série histórica da PAM, cujos dados de área plantada ou destinada à colheita iniciam em 1988, quando o milho ocupava apenas 21,69% da área plantada ou destinada à colheita no estado.

Com a produção de 2019, o valor da produção do milho em grão chegou a cerca R$ 568 milhões, o maior em valores nominais desde a introdução do Real, em 1994. Isso representa 43,29% do total do valor da produção agrícola no estado, também a maior proporção na série histórica da PAM que, para essa variável, tem início em 1974, quando o milho representava apenas 7,90% da produção agrícola do estado.

O aumento na produção de milho em 2019 reflete, em parte, a seca expressiva que o estado enfrentou em 2018 e as condições pluviométricas mais favoráveis verificadas em 2019. O município de Simão Dias foi responsável por 186.000 toneladas (27,1% do total da produção do estado), tendo apresentado a maior produção em 2019. Esse resultado o coloca entre os 200 maiores produtores de milho em grão do Brasil, com a 101ª maior produção do país.

Outro município sergipano que aparece neste ranqueamento, na 137ª posição, é Carira, que em 2019 teve uma produção de 138.600 toneladas, ou cerca de 20,2% da produção do estado. Juntos, Simão Dias, Carira e Frei Paulo responderam por mais da metade da produção de milho de Sergipe em 2019.

Um outro reflexo da seca de 2018 pode ser encontrado na comparação entre área plantada e área colhida. Em 2018, o plantio ocupou 145.126 hectares, mas apenas 33.496 foram colhidos (23,1% do que foi plantado). Já em 2019, com 148.624 hectares plantados, houve colheita de 142.036 hectares (95,6%).

Em termos de área plantada ou destinada à colheita, além do milho, que respondeu por mais da metade da área das culturas pesquisadas pela PAM, também tiveram destaque a cana-de-açúcar (12,95%), a laranja (11,82%) e o coco-da-baía (8,70%), dois produtos de lavoura permanente, além da mandioca (4,30%). As demais culturas somadas responderam por 8,00% do total da área plantada ou destinada à
colheita no estado.

Considerando todas as culturas da PAM, o valor da produção chegou a R$ 1,31 bilhão. Em termos nominais, esse é o maior valor da série histórica da PAM desde a implantação do Real, em 1994. Mais de dois terços do valor da produção (69,7% ou R$ 914,5 milhões) veio de culturas temporárias. As culturas permanentes responderam por 30,3% do valor da produção em 2019.

Em relação à participação no valor da produção das principais culturas, além do milho, que respondeu por 43,29% do total, tiveram destaque a laranja (14,49%), a cana-de-açúcar (11,53%), o coco-da-baía (8,11%) e a batata-doce (4,53%). Os demais produtos somados totalizavam 18,04% do valor da produção.

Batata-doce tem produção 70% maior de um ano para o outro
No grupo dos cinco produtos com maior valor da produção, a batata-doce é uma novidade. Sua aparição no ranqueamento se deve ao salto na produção de 29.556 toneladas em 2018 para 51.551 toneladas em 2019. Em termos percentuais, a quantidade produzida teve um aumento de 74,4% de um ano para o outro. Em 2019, Sergipe foi o segundo maior produtor de batata-doce da região Nordeste, ficando atrás apenas do Ceará, que teve uma produção de 90.990 toneladas.

Segundo a supervisora da PAM em Sergipe, Hellie Mansur, “o aumento da produção da batata-doce se dá em um cenário de maior demanda no mercado, além de preços favoráveis por quilo”. Ainda segundo Hellie Mansur, “em 2018, alguns locais não tiveram água para realizar a plantação irrigada da batata-doce, o que afetou a produção no ano anterior”.

O aumento na quantidade produzida foi acompanhado de aumento na área plantada e de um aumento de produtividade. Em 2018, foram plantados 2.709 hectares, ao passo que em 2019 a área plantada chegou a 3.791 hectares. O rendimento médio por hectares, por sua vez, passou de 10.910 quilogramas em 2018 para 13.598 quilogramas em 2019. Sergipe é o sexto maior produtor de batata-doce do Brasil, com Itabaiana (23.750 toneladas) e Moita Bonita (19.200 toneladas) responsáveis por mais da metade da produção no estado.

Produção de arroz e área plantada de feijão sofrem quedas

Entre 2018 e 2019, a produção de arroz diminuiu 11,2%, ficando em 28.159 toneladas. A quantidade produzida de arroz em 2019 é menos da metade do pico de produção atingido em 2008, quando Sergipe chegou a 58.585 toneladas. Ainda assim, Sergipe tem três municípios entre os 200 maiores produtores nacionais. Ilha das Flores é o maior produtor do estado e ocupa a 148ª posição no ranqueamento nacional, com uma produção de 10.430 toneladas. Apesar disso, a produção no município caiu cerca de 31,4% entre 2018 e 2019. Também aparecem na lista Neópolis (7.852 toneladas), na 172ª posição, e Propriá (6.872 toneladas), na 183ª posição. No caso de Propriá, observou-se a tendência inversa, com um aumento de 84,6% na quantidade produzida.

No caso do feijão, embora tenha havido aumento na produção entre 2018 (1.927 toneladas) e 2019 (3.836 toneladas), nota-se que a quantidade produzida permanece em patamares históricos bem baixos, com 2019 sendo o sexto ano com menor produção de toda a série da pesquisa, iniciada em 1974 (ou seja, em 46 anos). Em 1995, por exemplo, a produção de feijão no estado chegou a 54.803 toneladas, cerca de 14,3 vezes a mais do que a de 2019.

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