Da redação, AJN1
Professores da rede estadual de ensino e das 74 redes municipais, com exceção de Aracaju, decidiram, em assembleia realizada nessa terça-feira, 4, entrar em greve por tempo indeterminado em protesto ao retorno das aulas presenciais das turmas dos 1° e 2° anos do Ensino Fundamental, previstas para serem retomadas no próximo dia 10 de maio, por força de decreto assinado pelo governador Belivaldo Chagas, como parte das deliberações de flexibilização do Comitê Técnico-Científico e de Atividade Especial, que avalia a situação pandêmica da covid-19 no estado.
Anteriormente, o retorno estava previsto para o dia 3 de maio. A medida também abrange os 1° e 2° anos do Ensino Fundamental da rede privada, devendo ser assegurado o oferecimento, pelos estabelecimentos de ensino, da opção pelo ensino presencial ou remoto.
O Sindicato dos Professores de Sergipe (Sintese), que deliberou pela greve, disse esperar que os gestores municipais não iniciem as aulas presenciais e continuem com as aulas remotas, além de garantir as condições necessárias para que elas sejam ministradas pelos educadores e acessadas pelos estudantes. Com relação às aulas remotas, elas continuarão sendo ministradas.
O Sintese realizará um ato, no dia 10 de maio, a partir das 8h, em frente à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, com o objetivo de convencer o governador a desistir da ideia. A classe exige ainda a participação no Comitê Científico para entender os motivos que levaram o Comitê a decidir pelo retorno, quando, neste momento, há 98% de ocupação (nas redes pública e privada) dos leitos de UTI.
“Até o momento, não nos foi apresentada nenhuma justificativa científica que corrobore o retorno das aulas presenciais, quando vivemos o momento mais difícil da pandemia, com ocupação máxima de leitos de UTI, sem perspectiva de quando os trabalhadores da Educação (professores e funcionários) serão vacinados, sem testagem em massa dos estudantes e sem condições sanitárias e até mesmo de pessoal nas escolas. A decisão da assembleia é uma defesa da vida e não somente dos professores, mas dos trabalhadores das escolas, dos estudantes e de suas famílias”, afirma a presidente do Sintese, Ivonete Cruz, ao revelar que os professores também autorizaram o Sindicato a impetrar uma ação judicial para impedir o início das aulas presenciais.
Até o fechamento desta matéria, o Governo do Estado não emitiu nenhuma nota para falar sobre o assunto.
