A reta final do ano costuma ser palco de festas, reencontros e celebrações. Mas, para uma parcela significativa da população, esse período aciona um gatilho emocional nem sempre agradável. Trata-se da chamada “Dezembrite”, termo popular que descreve sentimentos de tristeza, melancolia e esgotamento que surgem especificamente nesta época e que, em alguns casos, podem se intensificar e gerar até mesmo quadros de ansiedade e depressão.
“Para quem perdeu entes queridos ou vive questões emocionais não superadas, as festividades podem trazer à tona lembranças dolorosas e a sensação de fechamento de ciclos”, explica o psicólogo Filipe Colombini. “Além disso, o uso excessivo das redes sociais aumenta as comparações com a vida alheia, o que tende a agravar a tristeza sazonal”, completa.
A pressão emocional do período também aparece em números. Levantamento da International Stress Management Association aponta que 80% das pessoas experimentam níveis elevados de estresse no fim de ano – resultado de tarefas acumuladas, ritmo acelerado no trabalho, férias escolares, planejamento para o ano seguinte e a habitual autocobrança.
Colombini destaca ainda que a cultura de celebração contínua e consumo reforça uma imagem idealizada do período, muitas vezes distante da realidade. “Há uma imposição social de felicidade que, quando não corresponde ao que a pessoa sente, gera ainda mais desconforto. A tentativa de manter positividade o tempo todo pode impedir que emoções legítimas sejam elaboradas”, acrescenta.
Como enfrentar esse período com mais equilíbrio emocional?
Para atravessar o fim de ano de forma mais saudável, o especialista destaca três pilares fundamentais:
- Autoconhecimento – Refletir sobre as próprias emoções, limites e gatilhos ajuda a compreender porque esse período pode ser mais sensível. “Quando a pessoa se conhece, consegue desenvolver estratégias personalizadas para lidar com as dificuldades”, afirma o psicólogo.
- Autocontrole – Trata-se da capacidade de administrar reações emocionais diante das pressões festivas, evitando impulsos que podem aumentar o estresse.
- Decisões alinhadas aos próprios valores – Escolher compromissos, encontros sociais e atividades com base nas prioridades pessoais é essencial. “Isso inclui dizer ‘não’ quando necessário, preservando o bem-estar”, destaca Colombini.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
Fonte: Assessoria de Imprensa





