O Papa Francisco vai canonizar neste domingo (15), no Vaticano, mais 10 beatos, entre os quais encontramos quatro Marias, todas elas fundadoras de ordens religiosas. Vamos conhecê-las.
Anna Maria Rubatto (Maria Francisca de Jesus)
Italiana, a menina nascida em 1844 na província de Turim perdeu a mãe aos 4 anos e o pai aos 19. Trabalhou como servente e manteve o hábito de visitar todos os dias uma igreja para rezar. Só descobriria a vocação religiosa, no entanto, aos 40 anos de idade.
De fato, ao sair certo dia da igreja, ouviu os gritos de um pedreiro atingido por uma pedra enquanto trabalhava e foi ajudá-lo a lavar as feridas. Soube então que a obra em construção era um convento e conheceu o frade capuchinho responsável por supervisioná-la. Ele a convidou a discernir a vocação religiosa.
Anna Maria acabou se tornando não apenas religiosa, mas fundadora e primeira superiora das Irmãs Capuchinhas Terciárias de Loano, com o nome religioso de Maria Francisca de Jesus.
Missionária, a agora Santa Madre Maria Francisca Rubatto cruzou o Oceano Atlântico a bordo de navio nada menos que sete vezes para trazer a sua congregação para o Brasil, Uruguai e Argentina.
Atualmente, as Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto estão presentes em vários países da América Latina, da Europa e da África.
Maria de Jesus Santocanale
Também italiana, a jovem batizada como Carolina Santocanale, nascida em Palermo em 1852, sentiu ainda cedo o chamado de Deus à vida consagrada – coisa que seu pai reprovava. Com ajuda do padre Mauro Venuti, seu orientador espiritual, ela discerniu a vocação a uma vida consagrada ativa, praticando obras de caridade junto aos pobres.
Foi provada com força aos 32 anos com sérios problemas de saúde, entre os quais uma insuportável dor nas pernas que a deixou de cama durante mais de um ano. Após superar a enfermidade, abraçou com ainda mais paixão a espiritualidade franciscana.
Professou os votos religiosos aos 39 anos e, quando não estava adorando a Santíssima Eucaristia perante o sacrário, trabalhava com entusiasmo junto a crianças de um orfanato e de uma creche, além de promover vocações à vida religiosa e ao sacerdócio. De fato, a irmã que se tornou madre e adotou o nome de Maria de Jesus fundou as Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, na Sicília, em 1910.
Atualmente, a congregação da agora Santa Madre Maria de Jesus Santocanale está presente na Itália, na Albânia, no Brasil e em Madagascar.
Maria Domenica Mantovani
Primogênita de quatro irmãos nascida na província de Verona em 1862, Maria Domenica foi batizada já no dia seguinte. Recebeu a Crisma aos 8 anos e a Primeira Comunhão aos 12.
Segundo o portal do Vaticano, transcorreu a juventude em família até os 30 anos, distinguindo-se pela bondade, docilidade, transparência de vida e singular piedade.
Sob a orientação do pe. José Nascimbeni, seu pároco e diretor espiritual, discerniu a vocação à vida religiosa e co-fundou em 1892, aos 29 anos, a congregação das Irmãzinhas da Sagrada Família, dedicada a servir aos pobres, órfãos e doentes. Foi a primeira superiora geral, cargo que ocupou durante mais de 40 anos. Escreveu as constituições da ordem e supervisionou a abertura de muitos conventos.
Quando partiu desta vida, em 1934, as Irmãzinhas da Sagrada Família já tinham se expandido a ponto de contarem mais de 1.200 irmãs em 150 conventos espalhados pela Itália e pelo exterior.
Marie Rivier
Esta jovem francesa teve de enfrentar durante a infância uma dolorosa deficiência que deixava suas articulações inchadas e encolhia os seus membros, o que lhe tornava difícil até mesmo ficar de pé, inclusive quando se apoiava em muletas.
Esses problemas de saúde quase comprometeram a sua entrada na vida religiosa, mas Maria Rivier não desistiu nem se deixou abater. Antes mesmo de fundar a sua congregação, já ajudava a educar mulheres desempregadas em sua paróquia.
A brava jovem de 28 anos fundou as Irmãs da Apresentação de Maria, dedicada à educação de jovens na fé, em plena perseguição promovida pela anticatólica Revolução Francesa, que obrigou todos os conventos e mosteiros a fecharem as portas na França. Na época, padres e freiras eram martirizados sob o “Reinado do Terror” – o que exigia ainda mais bravura da nova congregação, que, em 1801, recebeu aprovação oficial e começou a se espalhar pelo país.
Pouco tempo após a sua morte, as Irmãs da Apresentação de Maria já estavam presentes no Canadá e nos Estados Unidos, expandindo-se em seguida para os cinco continentes.
Fonte: Aleteia