ARACAJU/SE, 1 de fevereiro de 2025 , 10:48:21

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Real é segunda moeda que mais valorizou no mundo em janeiro; veja ranking

 

O dólar encerrou o mês de janeiro cotado em R$ 5,8355. Após iniciar o ano cotada em torno de R$ 6,18, a divisa fecha nesta sexta-feira (31) com queda acumulada de 5,6%. Com isso, o real foi a segunda moeda que mais valorizou no mundo ante o dólar, perdendo apenas para o rublo russo, que valorizou 6,8%.

Com o resultado desta sexta, o dólar chega a seu décimo dia seguido em queda. O movimento se dá após a forte deterioração vivida no câmbio em 2024.

O real fechou o ano passado como uma das moedas que mais perdeu valor no mundo, vendo o dólar encarecer 27% no país.

Maior parte da desvalorização aconteceu ao longo do último mês do ano, após o governo anunciar, no final de novembro, um pacote fiscal que desagradou o mercado financeiro.

Porém, não só o real caiu, mas uma série de divisas mergulhou junto por conta de temores em torno da política econômica que viria a ser adotada por Donald Trump.

Ao longo de sua campanha de retorno à Casa Branca, o republicano sinalizou que adotaria uma postura protecionista por meio de tarifas de importação.

A agressividade na política comercial, porém, poderia vir acompanhada de inflação e juros mais elevados no país, uma vez que ela encareceria os produtos vindos de fora dos Estados Unidos.

Contudo, Trump adiou taxações que prometia para seu primeiro dia de mandato, além de ter adotado uma postura mais suave para com a China nos últimos tempos.

“Do final do ano passado até a posse, Trump amenizou o discurso, que até agora não se caracterizou agressivo como prometia”, avalia Emerson Junior, head de câmbio da Convexa.

“Com isso, voltou para a mesa a possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos e volta a ser interessante colocar dinheiro em um país com taxa de juros muito alta”, pontua.

O especialista da Convexa se refere a um movimento conhecido como carry trade, quando os investidores se aproveitam da diferença de juros entre os países para pegar dinheiro de onde está mais barato e colocar onde paga mais.

Com a sinalização de um Trump mais ameno e um juro mais alto no Brasil – o Banco Central (BC) promete levar a Selic a 14,25% em março -, o estrangeiro já volta a olhar para o Brasil com expectativa de obter bons ganhos.

“O movimento reflete, na minha opinião, a entrada de capital estrangeiro, impulsionada pelos juros altos no Brasil, que tornam o real mais atraente para investidores. Além disso, a decisão do Fed de manter os juros nos EUA e a expectativa de cortes na Europa reforçam essa tendência”, afirma Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

O especialista em mercado de capitais, porém, ressalta que o cenário ainda pode virar.

“Mas acredito que o jogo ainda está aberto: o cenário global segue incerto, e qualquer nova tensão entre EUA e Brics pode virar essa maré rapidamente. No Brasil, o mercado deve reagir aos desdobramentos fiscais e à política monetária, com a Selic ainda no centro das atenções”, pontua.

Fonte: CNN Brasil

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