O uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) tem crescido de forma acelerada, trazendo inovações e praticidade para diversas áreas. Entretanto, por trás dessa conveniência, há perigos que podem comprometer a segurança de dados pessoais e empresariais. Vazamentos de informações confidenciais, ataques cibernéticos e invasões de privacidade são apenas alguns dos riscos associados ao uso descontrolado de aplicativos de IA.
Portanto, é fundamental saber como escolher e utilizar essas ferramentas de maneira segura, reduzindo ao máximo as possíveis vulnerabilidades. De acordo com o gerente de segurança da informação da Universidade Tiradentes (Unit), Ricardo Torres, a responsabilidade não se restringe apenas à escolha da ferramenta, mas também às práticas adotadas durante o seu uso.
“Há diferentes opções de contratação desses aplicativos, que vão desde versões gratuitas até corporativas. As versões corporativas tendem a oferecer mais proteção contra vazamento de dados, mas os modelos gratuitos ou compartilhados não garantem a segurança adequada para tratar dados restritos ou sigilosos”, alerta.
Protegendo suas informações
Ao escolher um aplicativo de IA, não basta olhar apenas para sua popularidade ou funcionalidades. Segundo Torres, é preciso realizar uma avaliação cuidadosa do modelo de contratação, além de garantir que haja cláusulas que protejam os dados inseridos na ferramenta. “As boas práticas são as mesmas aplicadas a outros aplicativos. Nunca se deve fornecer informações sigilosas ou estratégicas sem entender exatamente como esses dados serão processados ou onde serão armazenados”, recomenda.
O mercado está sempre mudando, o que dificulta apontar com precisão quais aplicativos são seguros ou não. “O número de aplicativos é imenso, e novos surgem a todo momento. É inviável definir com exatidão. Portanto, o mais importante é adotar uma postura preventiva ao lidar com IA”, enfatiza.
Adicionalmente, é crucial prestar atenção às políticas de privacidade e aos termos de uso dos aplicativos, que devem ser revistos periodicamente. “As políticas refletem o comportamento esperado dos colaboradores em relação a cada tema abordado. O ambiente tecnológico é dinâmico e sujeito a mudanças frequentes, o que torna fundamental a atualização das políticas para atender às novas necessidades”, salienta Torres.
Educação e conscientização dos usuários
Para garantir o uso seguro da IA, tanto colaboradores quanto clientes precisam ser informados sobre as melhores práticas de segurança. “As empresas devem orientar sobre o uso adequado da IA, da mesma forma que fazem com outras ferramentas. É essencial educar os colaboradores para que não compartilhem dados confidenciais em qualquer plataforma sem conhecer exatamente como serão geridos”, destaca.
Essa conscientização pode ser promovida por meio de treinamentos, workshops e materiais educativos que expliquem a importância de não divulgar informações sensíveis de maneira descuidada. Além disso, é aconselhável realizar revisões periódicas sobre a segurança dos aplicativos e os protocolos de uso interno.
Sinais de alerta
Muitas vezes, é difícil identificar se um aplicativo é inseguro apenas com base nas informações fornecidas em seu site ou na própria plataforma. “Não é fácil obter essa informação somente analisando os dados disponíveis no site ou aplicativo. A melhor prática é agir com cautela e evitar inserir dados que possam correr o risco de exposição inadequada”, recomenda.
Essa cautela envolve evitar o compartilhamento de informações confidenciais em ferramentas cuja segurança não foi completamente confirmada. A ausência de garantias sobre como e onde os dados são armazenados, ou a falta de clareza nos termos de uso, pode ser um indicativo de que o usuário deve buscar alternativas mais seguras.
Fonte: Asscom Unit