ARACAJU/SE, 28 de junho de 2024 , 14:17:57

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Semana Santa: entenda as tradições que antecedem a Páscoa

Da redação, AJN1

Com a celebração do Domingo de Ramos no último domingo, 25, os católicos iniciaram a Semana Santa, que todos os anos mobiliza milhares de fiéis para reviver os últimos passos de Jesus Cristo. Diversas tradições são realizadas ao longo de toda a semana em preparação ao acontecimento mais importante para esses religiosos: a Páscoa do Senhor.

De acordo com o padre da Arquidiocese de Aracaju, e atualmente pároco da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, na cidade de Capela, Tenório Fialho dos Santos, o verdadeiro sentido teológico da Semana Santa consiste na celebração do Mistério Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. “E para comprovar tal afirmação, eis um texto bastante eloquente da Sagrada Escritura: ‘O Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão a morte e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, açoitá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia, ressuscitará'”.

Neste sentido, afirma o padre Tenório, podemos dizer que a celebração do Mistério Pascal é o Pleno Mistério da Salvação, pois, “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras”. “Por isso, não devemos celebrar esse Mistério de qualquer jeito, mas com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças.

Conforme o padre Tenório, na Semana Santa é celebrado os principais acontecimentos da vida de Jesus Cristo, tais como: Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, Missa vespertina da Ceia do Senhor, Celebração da Paixão do Senhor, Sábado Santo – Vigília Pascal e o Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor.

“No Domingo de Ramos da Paixão do Senhor (inicia-se a Semana Santa) celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho; o povo acolheu-o abanando com seus ramos: Quando se aproximaram de Jerusalém […]. Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou. Muitos estenderam seus ramos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhados nos campos. Ora, o mesmo Jesus que foi aclamado como rei pela multidão no Domingo de Ramos da Paixão do Senhor é crucificado sob o pedido da mesma multidão na Sexta-Feira da Paixão do Senhor”.

Na Quinta-Feira Santa, afirma Tenório, é celebrada a Ceia do Senhor, isto é, a Última Ceia de Jesus Cristo com os doze Apóstolos. “Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze, enquanto estavam comento, Jesus tomou o pão e pronunciou a benção, parti-o, deu-o aos discípulos e disse: ‘Tomai, comei, isto é meu corpo”. Em seguida, pegou um cálice, deu graças e passou-o a eles, dizendo: ‘Bebei dele todos, pois este é o meu sangue da nova aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados”.

Segundo o padre, o Lava-pés é gesto essencialmente de pura humildade, serviço e amor de Jesus a humanidade. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a Ceia. Depois de ter lavado os pés dos discípulos Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. Portanto, se eu, o Senhor e mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Deixo-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa”.

Na Sexta-Feira Santa celebramos a Paixão do Senhor; todo o sofrimento de Jesus, a morte de Jesus. “Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar. Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores, que levava ás costas; com seus ferimentos veio a cura para nós; ferido de morte pelas rebeliões do meu povo. Sua sepultura foi colocada junto á dos criminosos; entregou à morte a própria vida. Como vemos, o Filho de Deus sofreu no lugar dos pecadores para libertá-los das trevas, da escuridão; para salvá-los. O sofrimento de Cristo na cruz foi um sofrimento redentor: libertou toda a humanidade da escravidão do pecado.”

Para Tenório, o grande ensinamento do Sábado Santo é que “A Santa Mãe Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor. A Igreja medita a Paixão e Morte de Jesus Cristo; honra-se a sepultura de Nosso Senhor Jesus Cristo. A principal celebração do Sábado Santo é a Vigília Pascal (Mãe de todas as vigílias). É uma vigília em honra do Senhor, a celebração da Vitória do Senhor sobre a morte. A Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo torna o Sábado Santo verdadeiramente uma Noite de Luz”.

No Domingo da Páscoa é celebrada a ressurreição de Jesus Cristo. “Ele é o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo. Morrendo, destruiu a morte, e, ressurgindo, deu-nos vida. Portanto, o verdadeiro sentido teológico da Semana Santa consiste na celebração do Mistério Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Celebrar a Semana Santa é mergulhar no Pleno Mistério da Salvação. Assim devemos celebrar dignamente e honestamente a Semana Santa; com profundo respeito, fé e amor.”

Tradições populares

Nem todas as celebrações da Semana Santa são universais. Procissão do Encontro, na Quarta-feira Santa, Procissão do Fogaréu, conhecida também como Noite da Prisão, Procissão do Enterro ou do Senhor Morto e Malhação do Judas no Sábado de Aleluia são algumas ações que não são realizadas em todas as paróquias.

A explicação, segundo padre, é que estas não são celebrações prescritas pela Igreja para a Semana Santa, mas fazem parte do universo da religiosidade popular e acabam sendo mais intensas em alguns lugares e em outros não.

Significado das tradições da Semana Santa

 Missa de Ramos: abre a Semana Santa. Na procissão, o louvor do povo com os ramos é o reconhecimento messiânico da pessoa de Jesus

– Missa dos Santos Óleos: acontece na manhã da Quinta-feira Santa. O óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.

– Missa de Lava pés: acontece na Quinta-feira Santa à noite. O gesto de Cristo em lavar os pés dos apóstolos deve despertar a humildade, mansidão e respeito com os outros. Neste dia, faz-se memória à Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia. Ainda na quinta-feira, o altar é despido para tirar da igreja todas as manifestações de alegria e de festa, como manifestação de um grande e respeitoso silêncio pela Paixão e Morte de Jesus.

– Tríduo Pascal: começa na Quinta-feira Santa. São três dias santos em que a Igreja faz memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

– Jejum e abstinência de carne vermelha: realizados na Sexta-feira Santa, constituem uma forma de participar do sofrimento de Jesus. É um dia alitúrgico na Igreja, com a celebração da adoração da Cruz. Impera o silêncio e clima de oração, fazendo memória à paixão e morte do Senhor.

– Vigília Pascal: é realizada no Sábado de Aleluia, em que se vai anunciar a ressurreição de Cristo; sua vitória sobre a morte.

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