ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 16:21:33

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Sergipanos enfrentam longas filas após fim da greve dos bancários

Da redação, Joângelo Custódio

 

Após 31 dias em greve nacional, os bancários voltaram hoje (7) aos trabalhos. E como já era de se esperar, o retorno foi marcado por longas filas e insatisfação de muitos clientes. Numa agência localizada no Centro da Capital, houve reclamação e princípio de tumulto para conseguir pagar as contas em dia, sacar dinheiro ou simplesmente ser atendido, olho no olho, por um caixa e sanar as pendências mais urgentes.

 

Irritada com a desordem que se formou, a professora aposentada Maria Cristina, 66 anos, chegou a passar mal. “Isso é um absurdo. Só estou aqui porque preciso resolver problemas. O cidadão que paga seus impostos não deveria passar por isso. Os bancários deveriam de ser menos ambiciosos e trabalhar direito”, cutucou ela, fazendo uma conta de luz de abanador.

 

Outro correntista inconformado com as intermináveis filas foi José Aldo, 50. Ele conta que chegou à agência cedo pensando que seria um dos primeiros da fila. “Acabei me enganando. Quando cheguei aqui, por volta das 8h, já tinham umas 30 pessoas na minha frente. Todo esse caos foi provocado pelos bancários e pelos banqueiros. O cidadão é quem paga nessa briga sem fim”, expôs ele.

 

Não menos irritado, o jovem Thiago Fraga, 17, foi abrir uma conta corrente. Mas acabou desistindo. “Não tenho coragem de enfrentar essa multidão. Venho outro dia”, zarpou ele.

 

Acordo

 

Em assembleia realizada ontem (6) à noite em Aracaju, bancários decidiram aceitar a proposta do setor patronal e, com isso, após 31 dias de greve, retornam hoje ao trabalho. No caso dos bancos particulares, a categoria terá 8% de reajuste, abono de R$ 3,5 mil, reposição inflacionária mais 1% e aumento real em 2017, além de outros benefícios.

 

No acordo apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancos se comprometeram ainda a corrigir o vale-alimentação em 15%; o vale-refeição e o auxílio creche/babá em 10% e a implantar a licença-paternidade de 20 dias.

 

O acordo prevê ainda que em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), será pago parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.367,07, sendo que a primeira parcela será paga até dez dias após assinatura do Contrato de Convenção Coletiva. Além de aprovar a proposta da Fenaban, os bancários de Sergipe aprovaram as propostas específicas do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste, Caixa Econômica e Banese. 

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