O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (10), os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) referentes ao quarto trimestre de 2020. Cabe ressaltar que essa é a pesquisa permanente e em caráter contínuo sobre mercado de trabalho. A PNAD-C trabalha com períodos de referência trimestrais e com uma amostra que se renova em 20% a cada trimestre (cada domicílio selecionado permanece na amostra da pesquisa por cinco trimestres consecutivos).
No 4º trimestre de 2020, a taxa de desocupação (18%), ou desemprego, apresentou uma estabilidade em relação ao 3º trimestre, quando registrou 20,3%. Em relação ao 4º trimestre de 2019, a taxa de desocupação em Sergipe apresentou um aumento de 3,2%.
Em 2020, as maiores taxas de desocupação ficaram com Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%). É importante ressaltar que a taxa de desocupação obtida em Sergipe em 2020 (18,4%) é a maior desde o início da série histórica, em 2012.
O nível da ocupação (45,1%), que é o percentual de pessoas ocupadas (859 mil) no total da população com 14 anos ou mais de idade (1,902 milhão), apresentou um aumento de 3,8 p.p em relação ao trimestre anterior. Porém, em relação ao mesmo período de 2019, esse nível teve uma queda de 6,4 p.p. Em 15 estados, sendo todos do Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. O Rio de Janeiro também aparece nessa lista, apenas 45,4% tinham um trabalho. Já Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (58,7%) no ano passado.
O mesmo aconteceu com a taxa de participação na força de trabalho (55%), que representa o percentual de ocupados (859 mil) e desocupados (189 mil) no total da população com 14 anos ou mais de idade, um aumento de 3,1 p.p em relação ao terceiro trimestre de 2020 e uma retração de 5,4 p.p. em relação ao quarto trimestre de 2019.
A força de trabalho, no quarto trimestre de 2020, contabilizava 1.047 milhão de pessoas, 70 mil pessoas a mais do que no quarto trimestre de 2020 e 65 mil pessoas a menos do que no quarto trimestre de 2019. Considerando apenas as pessoas ocupadas, os contingentes são ainda maiores. No segundo trimestre de 2020, eram 859 mil pessoas nessa condição, variando em -89 mil pessoas, ( -9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior). Todavia, houve um aumento de 80 mil pessoas, em relação ao trimestre anterior, ou seja, variação de 10,2%.
Já a população desocupada ou sem emprego (189 mil pessoas), não apresentou variação estatisticamente significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e, também, em relação ao trimestre anterior.
O contingente de pessoas fora da força de trabalho (855 mil) apresentou estabilidade estatística no quarto trimestre de 2020. Porém, em relação ao mesmo trimestre de 2019, esse número aumentou em 17,4%, ou com 127 mil pessoas a mais fora desta força. Conceitualmente, a pessoa fora da força de trabalho nem estavam trabalhando nem haviam tomado providência para conseguir um trabalho.
Considerando as posições na ocupação, o setor e a categoria do emprego no trabalho principal, na comparação com o terceiro trimestre de 2020, observaram-se flutuações estatisticamente significativas no setor privado. O número de pessoas empregadas (520 mil) apresentou estabilidade, mas o que destaca-se nesta análise, é o número de pessoas no setor privado sem carteira de trabalho assinada, que teve um aumento de 25,3%, chegando a 156 mil pessoas.
Já o número de pessoas com carteira assinada no setor privado (201 mil) manteve-se estável na comparação entre os trimestres. Porém, na comparação com o quarto trimestre de 2019, esse número apresentou uma queda de 15,7%. Com isso, 56,3% das pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam ocupadas, tinham carteira assinada no setor privado. Este é o 4º menor percentual no país. Os três menores percentuais foram registrados no Maranhão, Pará e Piauí.
Além disso, no grupo de trabalhadores por conta própria ocorreu um aumento de 17,7% na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre de 2020, chegando a 263 mil pessoas, 40 mil a mais do que no trimestre anterior. Com isso, o percentual de pessoas de 14 anos ou mais que estavam ocupadas por conta própria em Sergipe é de 30,7%. O maior percentual foi registrado no Amapá, com 36,7% e o menor no Distrito Federal, com 20%.
Taxa de informalidade
Em relação à taxa de informalidade no 4º trimestre, em Sergipe, 54,7% da população ocupada atua de forma informal. Este é o 5º maior percentual no país. As maiores taxas ficaram com Maranhão (60,3%), Pará (59,6%) e Piauí (59,1%) e as menores com Santa Catarina (27,8%), Distrito Federal (28,5%) e São Paulo (30,1%).
Agrupamento
Considerando os grupamentos de atividade do trabalho principal, na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o único agrupamento que apresentou aumento no número de pessoas ocupados foi o de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com uma variação de 35,4% ou 38 mil pessoas a mais. O total de pessoas ocupadas neste grupo é de 144 mil. Os outros grupos apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Os destaques negativos vão para o mesmo trimestre de 2019 na comparação, pois o setor de construção apresentou uma queda de 23,6%, seguido dos serviços domésticos, que caiu em 51,4%.
Em relação ao rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas (R$), no quarto trimestre de 2020 houve uma estabilidade do valor, que é de R$ 1.879.