Sergipe tem se mantido pioneiro na distribuição responsável e qualificada dos produtos derivados de Cannabis spp. pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Prova do avanço significativo é a entrega de dois protocolos clínicos em dez meses. O primeiro para os pacientes com epilepsia refratária que se encaixam em doenças específicas como síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut (SLG) e Complexo Esclerose Tuberosa (CET); e o segundo para o comportamento agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Para proporcionar mais conforto aos usuários, o Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), entregou nesta terça-feira, 1º, a nova sede do Núcleo de Acolhimento em Terapias Especializadas (Nate). Ela fica localizada no Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Aquino (CER IV), e já deu início aos atendimentos dos pacientes do segundo protocolo da cannabis.
O governador do Estado, Fábio Mitidieri, destacou o avanço significativo que a saúde pública vem desenvolvendo. “É um dia muito importante devido à ampliação do protocolo com os medicamentos à base de canabidiol, que abrange epilepsia, dores crônicas e Transtorno do Espectro Autista no comportamento agressivo. É uma realidade científica e comprovada, e como relator da Lei e governador estou tendo a oportunidade de implementar no estado, que tem sido pioneiro no amparo aos pacientes e no acompanhamento clínico especializado”, reforçou.
É de competência do Nate oferecer orientações técnicas para a condução terapêutica de tratamento à base de canabidiol, e com o novo espaço no CER IV, o núcleo passa a contar com duas salas para atendimento médico e orientação nutricional especializada.
O secretário de Estado da Saúde, Cláudio Mitidieri, explicou que a mudança do Nate do ambulatório de retorno do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) teve o intuito de proporcionar mais conforto. “Como o segundo protocolo clínico contempla protocolo clínico para o tratamento do comportamento agressivo no Transtorno do Espectro Autista, decidimos trazer a sede do Nate para possibilitar um acolhimento ainda mais qualificado e humanizado a todos os pacientes”, ressaltou.
Pacientes assistidos
A dona de casa Luciana Rodrigues é mãe de Anthony, 12 anos, diagnosticado com TEA e paralisia cerebral desde os dois anos de idade. Segundo ela, o comportamento do seu filho mudou após o uso do canabidiol. “Melhorou muito a qualidade de vida dele, onde reduziu suas crises epilépticas e a agressividade. Estou muito feliz pelo serviço de acolhimento, pois é algo que nossos filhos que tem essa condição precisam”, disse.
Quem compartilha do sentimento de satisfação é Silvana de Lemos Moura. Ela é mãe da pequena Ester Heloise, de 8 anos, que tem autismo. “Estou muito feliz por esse momento que chegou tanto pra mim quanto para outras mães que necessitam desse medicamento tão importante para nossos filhos. Creio que o tratamento vai servir para melhorar a irritabilidade da minha filha”, contou Silvana.
Como ter acesso
Em ambos os protocolos, o encaminhamento é feito pelo médico assistente especialista, utilizando-se também de uma ficha de encaminhamento padronizada, informando a falta de resposta aos medicamentos de primeira linha, os antipsicóticos. Não serão exigidos exames laboratoriais, apenas será cobrado o preenchimento de um questionário rápido que comprove objetivamente o comportamento agressivo.
Após esse processo, o paciente deve se deslocar para a sede do Nate levando toda documentação necessária, para realizar a triagem e posterior agendamento da consulta de acolhimento. A retirada do produto será no Centro de Atenção Integral à Saúde (Case) onde o paciente deve realizar o cadastramento.
Fonte: Secom