Representantes dos governos federal, de Sergipe e dos nove estados do Nordeste, mais Minas Gerais, participaram nesta quinta-feira, 25, da 2ª reunião nacional de acompanhamento e execução do Programa Água Doce (PAD), promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O evento aconteceu no Hotel Mercure, em Aracaju, e visou alinhar e apresentar ações corretivas e preventivas para o funcionamento pleno do programa, considerado essencial em meio às mudanças climáticas, por proporcionar acesso à água de qualidade no semiárido, através de implantação de sistemas de dessalinizadores.
Em Sergipe, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos coordena as ações e já recebeu, através de convênio com o Ministério do Meio Ambiente, investimento de mais de R$ 6,6 milhões para implantar 33 sistemas de dessalinização, beneficiando cerca de 13 mil pessoas que estão em áreas afetadas por escassez hídrica, sendo que dois estão prontos e 21 em fase de implantação. Outros dois estão em processo de construção. A previsão é que, até o início do ano que vem, sejam entregues 25 sistemas.
“É com muito orgulho que o Estado de Sergipe sedia este evento de importância significativa para o país e para o mundo. Eu fico feliz em ver o Ministério do Meio Ambiente colaborando para levar esse programa a quem precisa. Somos parceiros e também damos atenção especial ao ‘Água Doce’. Sergipe tem também as suas dificuldades e somos salvos pelo Rio São Francisco. Esse programa vem cobrir a lacuna que o Estado tem no tocante ao abastecimento de água potável. As comunidades que ficam distantes dos grandes centros urbanos estão começando a ser inseridas nesse sistema. Para nós, humanos, é inadmissível, em pelo ano 2000 pós Cristo, ver pessoas passando sede, por conta de um histórico processo social”, destacou o secretário de Estado Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, que representou o governador Jackson Barreto no evento.
O coordenador nacional do Programa Água Doce pelo Ministério do Meio Ambiente, Renato Saraiva Ferreira, fez a abertura do evento e lembrou que o acesso à água de qualidade é um direito humano fundamental. Segundo ele, o PAD está estruturado em quatro componentes: sistemas de dessalinização, sustentabilidade ambiental, mobilização social e sistemas produtivos.
“O ‘Água Doce’ tem o compromisso de promover o uso sustentável das águas subterrâneas e a convivência com o semiárido, de forma participativa, com sustentabilidade ambiental e social. Vem garantindo a oferta de água de qualidade a famílias carentes. O PAD vem resolver essa questão, levando água de qualidade às pessoas com a preocupação de não degradar o ambiente. Em Sergipe, o programa tem se destacado”, disse Renato.
O secretário Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Ricardo José Soavinsk, esteve no evento e representou o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. “Aqui está a prova de que o programa funciona. Fico feliz em olhar para Olivier e para os demais secretários de Meio Ambiente e enxergar a eficiência do programa. Estamos começando mais um desafio. Essa reunião, além de resolvermos os problemas e apontar soluções, precisa mostrar à sociedade que esse programa é de interesse nacional e precisa se solidificar como patrimônio não de um governo, mas do povo”, afirmou.
Palestra
Durante a reunião, o presidente da International Desalination & Water Reuse Association, Emilio Gabbrielli, proferiu uma palestra sobre o Congresso Mundial de Reuso de Água e Dessalinização que ocorrerá em São Paulo, em 2017, o maior congresso internacional de dessalinização e reuso de água do planeta.
“Neste evento, destacamos a importância da água como um bem inviolável. O mundo precisa estar atento ao patrimônio que se aniquila a cada segundo. Quando percebo o interesse do governo brasileiro em apresentar soluções para oferecer água de qualidade, como é o exemplo do Programa Água Doce, fico muito animado e pretendo citá-lo no congresso, para que o mundo conheça o ‘Água Doce’ de perto”, colocou Gabbrielli.
Novo site
Durante o evento, o MMA lançou o novo site de monitoramento do PAD, que visa acompanhar o andamento do programa em cada Estado participante, criando um vasto banco de dados.
