Com central localizada em Cabreúva, São Paulo, a Crown surgiu há mais de 25 anos no Brasil, por meio de uma parceria entre a multinacional americana Crown Holdings e a brasileira Évora S/A. Ao todo, o grupo possui seis fábricas no país para produção de latas, e uma específica para fabricação das tampas. A unidade de Sergipe é um fator-chave na consolidação do grupo como um importante player no mercado de latas de alumínio no Brasil.
Desde que se instalou em Sergipe, a empresa já passou por uma expansão, como conta o gerente industrial da Crown no estado, Willyam Bonato. “Desde 2009, estamos instalados aqui em Estância, onde iniciamos nossas operações com a primeira linha de produção. Em 2013, expandimos nossa capacidade com a instalação da segunda linha, o que nos permitiu aumentar significativamente nossa produção de latas de aluminio”, revela.
Muitas latas de refrigerantes, cervejas e bebidas com ou sem teor alcoólico que a população encontra nas prateleiras são produzidas pela fábrica. “A unidade atende desde grandes clientes, como o grupo Petrópolis, Coca-Cola, Ambev e Heineken, até pequenos clientes produtores de cachaça, águas, sucos e chás”, completa Willyam Bonato.
Tecnologia e sustentabilidade
As latas de alumínio são reconhecidas pela capacidade de reciclagem, retornando às prateleiras em apenas 60 dias e podendo repetir esse ciclo mais de 120 vezes ao longo de duas décadas. E é exatamente assim que elas são produzidas na Crown.
De acordo com o gerente industrial, 95% da matéria-prima vem do alumínio reciclado a partir das latas amassadas retiradas durante o controle de qualidade e também adquiridas de cooperativas de catadores de latas. Os outros 5% são compostos por bauxita extraída da natureza. As matérias-primas misturadas se tornam uma folha de alumínio, que entra no processo de produção da fábrica em uma grande bobina de 13 toneladas.
A produção começa com a folha de alumínio entrando na máquina de conformação, que recorta o corpo da lata. Na sequência, segue para o estiramento, que estica o material para adquirir o formato de copo. Depois, a lata passa pela washer, que lava aproximadamente 4.200 latas por minuto. A máquina decoradora vem logo em seguida e é responsável por pintar o rótulo do cliente nas latas, com capacidade de pintar duas mil latas por minuto.
Trabalhadores e máquinas
Artur Vinícius, de 32 anos, trabalha na Crown há cinco e é o responsável pelo bom funcionamento da máquina decoradora. “O equipamento em que trabalho é o coração e a alma da Crown, porque é o rótulo do nosso cliente. Meu papel é garantir que cada rótulo atenda as necessidades do cliente e que cheguem às prateleiras de Sergipe, do Brasil e do mundo com excelência”, destaca Artur.
Após a pintura dos rótulos, as latas seguem para a máquina necker, que reduz o diâmetro superior da lata, formando o “pescoço”. Na sequência, a máquina flanger prepara o topo da lata para poder receber a tampa. As latas seguem para o controle de qualidade. Caso tenham amassos, são ejetadas e encaminhadas para a reciclagem para servir de matéria-prima para um novo ciclo de produção. Por fim, as latas aprovadas no controle seguem para os pallets e ficam prontas para saírem da fábrica.
Com o grande porte das máquinas no parque industrial, o processo de produção é altamente tecnológico e eficiente, segundo avalia Willyam Bonato. “A fábrica é totalmente automatizada. Possuímos um sistema supervisório que nos auxilia na tomada de decisões, acompanhamento de eficiência, equipamentos de perdas e produtividade. Então, temos todo o sistema integrado para que a gente consiga controlar a fábrica com melhor eficiência e êxito”, explica.
Incentivos à indústria
A instalação da indústria da Crown Embalagens Metálicas em Sergipe foi viabilizada graças ao Incentivo Fiscal, com diferimento do ICMS, concedido pelo Governo de Sergipe através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI). O programa é gerenciado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), por intermédio da sua unidade vinculada, a Companhia do Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise).
O secretário da Sedetec, Valmor Barbosa, destaca os três tipos de incentivo ofertados pelo programa, que visa atrair negócios e assim gerar desenvolvimento, emprego e renda para o estado. “O PSDI é uma ferramenta estratégica que proporciona incentivos locacional, fiscal e de infraestrutura para indústrias que buscam se estabelecer em Sergipe. A Crown Embalagens Metálicas é um case de sucesso que proporciona desenvolvimento econômico para o estado”, disse Valmor.
A Codise é a unidade responsável por captar os negócios e ofertar os incentivos do PSDI, como conta o diretor-presidente da Companhia, Ronaldo Guimarães. “Os incentivos têm sido essenciais não apenas para a instalação de unidades fabris, mas também para sua operação e expansão no estado. Estamos de portas abertas para atrair ainda mais negócios para Sergipe e postos de trabalho para os sergipanos”, finalizou Ronaldo.