Dois, três, quatro corpos registrados como apenas um. Casos de pessoas encontradas com sinais evidentes de execução classificados como morte a esclarecer, em vez de Crime Violento Letal Intencional (CVLI). Para corrigir essas discrepâncias observadas nas metodologias de alguns estados, os secretários da Segurança Pública da Região Nordeste, através da reunião do Conselho de Segurança Pública do Nordeste (Consene), tendo Sergipe sido representado pela Delegada Geral, Katarina Feitoza, no evento, enviaram na manhã desta quarta-feira (30), uma carta para a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
O objetivo do documento é estabelecer uma única metodologia para todos os estados brasileiros. “Todos os anos somos bombardeados com pequisas que colocam estados e cidades nordestinas como as mais violentas do país e do mundo. É uma inverdade que prejudica a nossa região em todos os sentidos”, destacou o presidente do Consene e secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa.
Acrescentou que recentemente enviou um pedido de explicações ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública criticando os rankings promovidos nas pesquisas. A organização enviou nota dizendo que “mesmo com a criação do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, o Ministério da Justiça não logrou êxito em coordenar esforços metodológicos de classificação de ocorrências e o referido sistema hoje não apresenta dados confiáveis”.
Para Barbosa, a resposta resume tudo o que os secretários do Nordeste sempre enfatizaram. “São pesquisas promovidas e divulgadas com fontes que não são confiáveis devido à falta de unidade na maneira de se fazer estatística policial. As mortes violentas no Brasil são um problema que precisa ser encarado de frente. Não adianta diminuir, mascarar colocando outra nomenclatura”, afirmou.
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, André Santos Costa, por sua vez, reforçou o pleito em torno da uniformização. “Somos penalizados pela transparência, por trabalharmos com dados reais. A divulgação dessas pesquisas prejudica o desenvolvimento dos estados, atrapalha a parte de investimentos e o turismo, atividade forte da nossa região”, concluiu.
Fonte: SSP