O estado de Sergipe ocupa a 2ª posição no ranking nacional do crescimento relativo de empregos formais, equivalente a 1,68%, ficando atrás apenas de Alagoas, com variação de 3,44%. A variação média nacional ficou em 0,52%. É o que mostram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na tarde desta quarta-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número reflete a comparação do resultado do estoque de empregos em setembro com o mês anterior. Com resultado de 341.889 vagas criadas no estoque de empregos, Sergipe atinge resultado recorde.
No mês de setembro, Sergipe registrou um saldo positivo de 5.658 postos de empregos formais criados, um resultado quase 100% maior na comparação com o mês anterior. O número de vagas de empregos criadas na atual gestão reflete que o Governo do Estado transformou Sergipe em um estado de oportunidades. De janeiro de 2023, a setembro de 2024, o saldo de empregos ficou em 28.076 novas vagas criadas com ajuste.
“Os números do Caged são a prova de que o esforço conjunto entre governo, empresários e trabalhadores está gerando frutos. Desde o início da gestão do governador Fábio Mitidieri temos trabalhado incansavelmente para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico, promovendo a qualificação profissional por meio de programas como o Qualifica Sergipe e incentivando setores estratégicos como a construção civil, indústria têxtil e o turismo”, avalia o secretário do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, Jorge Teles.
No acumulado do ano, com ajuste, foram criadas 14.750 novas vagas. Nos últimos 12 meses, o acumulado equivale a 17.197 postos. As informações foram analisadas e divulgadas pelo Observatório de Sergipe, órgão vinculado à Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação (Seplan).
Agropecuária e indústria
A safra da cana-de-açúcar puxa o resultado positivo do mês de setembro, refletindo no número de contratações tanto no setor agropecuário quanto no setor de indústria, cujo nicho que registrou maior destaque foi a fabricação de açúcar bruto, segundo o Caged.
De acordo com o empresário Gabriel Andrade Leite, CEO da Frutal Nordeste, o agro é um grande empregador. A Frutal, uma das maiores produtoras e comercializadoras de frutas do Nordeste, está localizada em Sergipe no Platô de Neópolis, tendo como principais produtos a manga, o coco verde, o coco seco e a banana e cana-de-açúcar.
O diretor-executivo da Frutal conta que a empresa chega a contratar cerca de 1.000 empregos durante o ano, contando com empregos temporários e fixos. “Hoje, a cultura que mais emprega proporcionalmente dentre as culturas que trabalhamos é a manga, com muitos empregos temporários no período da safra que vai de novembro a abril. Já a cultura com maiores áreas cultivadas e que exige maior número de empregos é a cana-de açúcar, entre os meses de outubro a março”, relata.
Ele explica que com a chegada da mecanização no setor agropecuário, e razão da necessidade de atender a demandas judiciais, há redução na contratação para algumas culturas, mas contratações para outras, já que há a diversificação de culturas. “Com a proibição judicial das queimadas na colheita de cana-de-açúcar, o produtor foi levado a adquirir colheitadeira. Nós adquirimos três para nossa área de cultivo em Sergipe. Mesmo assim, fazemos muitas contratações porque trabalhamos com diversificação de culturas”.
O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva explica que o setor agropecuário, além das contratações temporárias para os períodos de colheita, realiza contratações fixas em várias etapas do ciclo produtivo. “Contratam muita mão-de-obra com qualificação específica como consultores financeiros, agrônomos, veterinários, operadores de máquinas agrícolas, operadores de drones e pragueiros. Com o crescimento e fortalecimento do setor agropecuário em Sergipe, muitos empregos são gerados também no comércio especializado na venda de insumos, máquinas e implementos agropecuários”, disse. O gestor cita como exemplo a Sealba Show, evento agropecuário realizado em Sergipe que mobiliza empresários e produtores agrícolas dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia, que tem movimentação de negócios acima dos R$ 300 milhões, revelando a força do agronegócio dessa região, movimentação que gera trabalho e renda.
Cinco setores crescem
Todos os cinco setores analisados registraram saldo positivo. A Indústria liderou a abertura de postos de trabalho, com 2.250 vagas, seguida pela Agropecuária, com 1.587 vagas. O setor de Serviços criou 798 postos; a Construção, 519; e o Comércio, 504 postos.
Emprego em alta
Sergipe vem conquistando índices que colocam a geração de emprego e renda em destaque nas principais pesquisas. A desigualdade salarial no estado diminuiu de forma expressiva, demonstrando que a renda foi mais equitativamente distribuída entre a população em 2023. É o que mostra a Relação Anual do Informações sociais de 2023 (Rais 2023). Sergipe registrou queda expressiva no Índice de Gini, marcador que analisa a desigualdade salarial. Em 2022, Sergipe ocupava a 23ª posição (0,455) no ranking nacional. Em 2023, Sergipe registrou um Índice de Gini abaixo da média nacional e ocupa a 13ª posição (0,355) no ranking nacional.
Ainda segundo a Rais 2023, Sergipe destacou-se na 9ª posição do ranking nacional com a variação relativa da remuneração média equivalente a 4,8%. O número demonstra uma melhoria na capacidade de consumo e qualidade de vida dos trabalhadores locais. Essa variação positiva pode ser interpretada como um reflexo de valorização do trabalho no estado, o que tem o potencial de impactar tanto a economia local quanto a satisfação das famílias sergipanas.
A taxa de informalidade caiu de 51,2% no 1º trimestre de 2024 para 49,2% no 2º trimestre de 2024, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2º trimestre de 2024. Esta foi a menor taxa da série histórica para Sergipe. Com mais pessoas formalmente empregadas, há um aumento no acesso a direitos trabalhistas, como férias, FGTS, aposentadoria e seguro-desemprego. Isso promove maior segurança e estabilidade para os trabalhadores e suas famílias.
Ainda segundo esta PNAD, em Sergipe, a taxa de desocupação apresentou uma redução relevante entre o 4º trimestre de 2022 e o 2º trimestre de 2024. No final de 2022, a taxa era de 11,9%, e no segundo trimestre de 2024 caiu para 9,1%. Essa diminuição de 2,8 pontos percentuais reflete uma melhoria no mercado de trabalho do estado durante o período analisado. É a menor taxa de desocupados desde o 3º trimestre de 2015.
A taxa de desalento apresentou uma queda entre o 4º trimestre de 2022 e o 2º trimestre de 2024. No final de 2022, a taxa de pessoas desalentadas era de 7,5%, e no segundo trimestre de 2024 diminuiu para 5,1%, uma redução de 2,4 p.p. Esse declínio reflete uma melhora nas condições do mercado de trabalho, com menos pessoas desistindo de procurar emprego no estado.
Fonte: Secom