Sergipe alcançou o melhor nível de ocupação do Nordeste, com 48,2% das pessoas de 14 anos ou mais trabalhando, superando a média regional de 45,5%. É o que mostram os dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa tem como ano-base 2022, porém, também em levantamentos mais recentes, o estado tem apresentado avanços significativos na geração de emprego e renda, que apontam crescimento constante no mercado de trabalho sergipano, tendência que indica resultados ainda mais positivos no próximo Censo.
As informações inéditas do IBGE fazem parte da publicação do Censo Demográfico 2022: Trabalho e Rendimento. De acordo com os dados, seguindo a tendência nacional, a maioria das pessoas ocupadas em Sergipe estava empregada no setor privado. O índice foi de 45,8%, frente a 45,5% no Nordeste e 51,7% no Brasil. Em Sergipe, entre as pessoas que estavam nesse setor, 36% não tinham carteira assinada.
Em seguida, no estado, vêm pessoas ocupadas por conta própria, com 29,4% – percentual maior do que a média nacional (26,7%). Dentre esse grupo, apenas 15,3% estavam formalizadas e possuíam CNPJ, percentual semelhante à média Nordeste (16%) e menor do que a média nacional (27%). Os servidores públicos representaram o terceiro maior contingente de pessoas ocupadas, sendo 15,8%, e, em seguida, os trabalhadores domésticos, representando 4,1%.
Em relação aos rendimentos, o Censo 2022 mostrou que, em Sergipe, o valor do rendimento nominal médio mensal foi de R$ 2.129,46, frente a R$ 2.014,62, no Nordeste, e R$ 2.850,64, no Brasil.
Dados mais recentes
A última PNAD Contínua, com análise referente ao 2º trimestre de 2025, traz dados mais recentes que mostram evolução em alguns pontos apresentados pelo Censo Demográfico 2022. Apesar de ambos os levantamentos serem realizados pelo IBGE, o Censo Demográfico e a PNAD Contínua possuem metodologias, objetivos e períodos de coleta distintos. Ao apresentar os dados, a intenção não é comparar e analisar o crescimento, mas mostrar que em outra metodologia aplicada, o resultado apresentado por Sergipe atualmente também é positivo e crescente.
No que se refere a PNADc, no 2º trimestre de 2025, Sergipe atingiu um nível de ocupação de 51,6%. Ainda de acordo com a pesquisa, no que tange ao rendimento médio real de todos os trabalhos, a média estadual ficou em R$ 2.552, superior à média regional (R$ 2.404).
A PNADc e o Censo trazem dados parecidos, mas Sergipe vem registrando avanços expressivos também em outros índices do mercado de trabalho e na inclusão socioeconômica. O estado conquistou, em abril de 2025, o 1º lugar nacional no Combate à Desigualdade, tornando-se vencedor do Prêmio Nacional de Inclusão Socioeconômica, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. O reconhecimento, levantado por meio de pesquisa da FGV Social, reflete as políticas públicas voltadas à geração de oportunidades e ao fortalecimento do trabalho formal, que têm ampliado o acesso de mais sergipanos ao mercado de trabalho.
O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, Jorge Teles, ressalta os resultados alcançados. “O conjunto desses indicadores reforça que Sergipe está no caminho certo. Estamos conseguindo aliar crescimento econômico à inclusão social, com políticas que aproximam o trabalhador do emprego formal, estimulam a qualificação profissional e fortalecem o empreendedorismo local. Os dados do IBGE e de outras pesquisas nacionais mostram que o sergipano tem mais oportunidades e um futuro de trabalho cada vez mais promissor”, destacou.
Outros indicadores
Esses resultados aparecem, também, em outros indicadores. Sergipe atingiu o maior número de trabalhadores com carteira assinada da história, com um estoque superior a 351 mil empregos formais, segundo o Caged de agosto de 2025. O estado registrou, ainda, a menor taxa de desemprego já observada, de 8,1% no segundo trimestre de 2025, de acordo com a Pnad. Outro dado positivo vem da redução no número de jovens que não estudam nem trabalham: eram 149 mil em 2022 e passaram para 130 mil em 2024, sinalizando avanços consistentes na inclusão produtiva e educacional da juventude sergipana.
Para o Governo de Sergipe, os avanços registrados são resultado direto do fortalecimento das políticas públicas voltadas à qualificação e à inserção profissional. Iniciativas como o GO Sergipe, plataforma digital que aproxima gratuitamente empresas e trabalhadores, têm modernizado a intermediação de vagas e facilitado o acesso à capacitação.
O Programa Primeiro Emprego (PPE), voltado a jovens de 18 a 29 anos, alia formação teórica e prática e tem um índice de ingresso no mercado de trabalho superior a 43% dos participantes. Já o Qualifica Sergipe amplia o alcance da educação profissional, oferecendo cursos gratuitos em diferentes áreas e adaptados às necessidades de cada município, impulsionando a empregabilidade e o desenvolvimento local.
Foto: Arthuro Paganini