Da redação, AJN1
No 1º trimestre de 2021, a taxa de desocupação, ou desemprego, em Sergipe foi de 20,9%, totalizando 226 mil pessoas, o que representa um aumento de 5.4 pontos percentuais (p.p.) se comparado com o mesmo período de 2020, e uma estabilidade em relação ao 4º trimestre de 2020. Com isso, o menor estado da federação segue com a 3ª maior taxa de desocupação do País, ficando atrás apenas da Bahia e Pernambuco (ambos, com 21,3%). Esses resultados são fruto da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, as menores taxas foram registradas em Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%) e Paraná (9,3%). O IBGE faz questão de ressaltar que a taxa de desocupação obtida em Sergipe em 2020 (18,4%) foi a maior desde o início da série histórica, em 2012.
A PNAD-C revela ainda que o nível da ocupação (44,7%), que é o percentual de pessoas ocupadas (855 mil) no total da população com 14 anos ou mais de idade (1,910 milhão), variou em -4,5p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Contudo, não houve variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior.
Em 16 estados, sendo todos do Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% neste primeiro trimestre de 2021. Em Alagoas, apenas 37,9% das pessoas em idade de trabalhar estavam ocupadas. O Rio de Janeiro também aparece nessa lista, apenas 43,8% tinham um trabalho. Já Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (57,7%) no ano passado.
Força de trabalho
A taxa de participação na força de trabalho (56,6%), que representa o percentual de ocupados (855 mil) e desocupados (226 mil) no total da população com 14 anos ou mais de idade, apresentou uma estabilidade estatística em relação ao quarto trimestre de 2020 e o mesmo trimestre na comparação com o ano anterior. A força de trabalho no primeiro trimestre de 2021 contabilizava 1.081 milhão de pessoas, número que apresenta estabilidade na comparação entre trimestres.
O contingente de pessoas fora da força de trabalho (830 mil) apesar de apresentar estabilidade estatística em relação ao quarto trimestre de 2020, na comparação com o 1º trimestre de 2020 representa um aumento de 63 mil pessoas nessa condição. Conceitualmente, as pessoas fora da força de trabalho nem estavam trabalhando nem haviam tomado providência para conseguir um trabalho.
População desocupada
Já a população desocupada ou sem emprego (226 mil pessoas) não apresentou variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior, mas aumentou em 60 mil pessoas (36,1% em relação ao mesmo período do ano anterior).
Pessoas empregadas
Considerando as posições na ocupação, o setor e a categoria do emprego no trabalho principal, na comparação com o quarto trimestre de 2020, observou-se que o número de pessoas empregadas (546 mil) apresentou estabilidade. No setor privado, o número de pessoas sem carteira de trabalho assinada é estimado em 148 mil pessoas, e não apresentou variação estatisticamente significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e, também, em relação ao trimestre anterior.
O número de pessoas com carteira assinada no setor privado (216 mil) também manteve-se estável na comparação entre os trimestres. Entre os empregados no setor privado, 59,5% das pessoas com 14 anos ou mais de idade, tinham carteira assinada. Este é o 6º menor percentual no país. Os três menores percentuais foram registrados no Maranhão, Piauí e Pará.
Além disso, no grupo de trabalhadores que são empregadores (26 mil), em relação ao quarto trimestre de 2020, houve um decréscimo de 16 mil pessoas, ou -37,7%. No caso dos trabalhadores por conta própria (254 mil) não houve variação estatística. Apesar disso, é importante ressaltar que 29,7% da população ocupada atua por conta própria em Sergipe. A média no Brasil é de 27,8%. O Amapá lidera esse ranking, com 37,2% da população ocupada atuando por conta própria.
Taxa de informalidade
Em relação à taxa de informalidade no 1º trimestre de 2021, em Sergipe, 53,6% da população ocupada atua de forma informal. Este é o 7º maior percentual no país. As maiores taxas ficaram com Maranhão (61,6%), Amazonas (59,6%) e Pará (59%) e as menores com Santa Catarina (27,7%), Distrito Federal (29,3%) e São Paulo (29,5%).
Grupamentos de atividade
Considerando os grupamentos de atividade do trabalho principal, na comparação com o quarto trimestre de 2020, o único agrupamento que apresentou aumento no número de pessoas ocupadas foi o de serviços domésticos (51,9% ou 17 mil pessoas a mais). O total de pessoas ocupadas neste grupo é de 51 mil. Os outros grupos apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. O destaque negativo vai para a comparação com o 1º trimestre de 2020, pois o setor da Indústria em geral apresentou uma queda de 27,5% ou 24 mil pessoas a menos.
Rendimento médio
Em relação ao rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas (R$), no primeiro trimestre de 2021 foi estimado em R$ 1.738 e não apresentou variação estatisticamente significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e, também, em relação ao trimestre anterior.
Pesquisa permanente
De acordo com o IBGE, essa é pesquisa é permanente e em caráter contínuo sobre mercado de trabalho. A PNAD-C trabalha com períodos de referência trimestrais e com uma amostra que se renova em 20% a cada trimestre (cada domicílio relacionado permanece na amostra da pesquisa por cinco trimestres consecutivos).
Com informações do IBGE.