Sergipe é, atualmente, o estado mais barato do Brasil para a alimentação das famílias, segundo dados do projeto Brasil em Mapas, elaborados a partir de informações oficiais do IBGE e do DIEESE. A análise, organizada pelo Núcleo de Comunicação e Inteligência do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, mostra que o menor custo dos alimentos amplia o poder de compra da renda e impacta diretamente a qualidade de vida da população.
O estudo compara o valor real de R$ 100 gastos com alimentação em diferentes estados brasileiros. Em São Paulo, considerado o estado mais caro do país, esse valor corresponde a cerca de R$ 99 em alimentos. Já em Sergipe, os mesmos R$ 100 têm poder de compra equivalente a R$ 154, uma diferença real de quase 55%, evidenciando que o dinheiro rende significativamente mais no orçamento familiar sergipano.
O resultado reforça características que tornam o estado um ambiente econômico mais equilibrado, como preços mais acessíveis de itens essenciais, menor pressão inflacionária local, escala urbana funcional e custos operacionais reduzidos, fatores que beneficiam tanto as famílias quanto o setor produtivo.
Para o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Sergipe, Marcos Andrade, os dados confirmam uma realidade vivenciada diariamente pela população. “Sergipe é um estado onde as famílias conseguem viver melhor com o que ganham. Ter uma alimentação mais acessível impacta diretamente a qualidade de vida, o bem-estar social e o equilíbrio do orçamento doméstico. Isso fortalece o comércio, estimula o consumo consciente e cria um ambiente econômico mais saudável para todos. Quando o dinheiro rende mais, a economia local gira com mais estabilidade. As pessoas consomem, planejam e vivem com mais tranquilidade. Isso é desenvolvimento na prática”, destaca.
Do ponto de vista técnico, o levantamento se baseia no conceito de poder de compra real, que considera não apenas o valor nominal da renda, mas o quanto ela é capaz de adquirir de bens essenciais. A metodologia utiliza dados do IPCA-Alimentação, do IBGE, que mede a variação de preços de alimentos nas regiões brasileiras, combinados com o acompanhamento mensal do custo da cesta básica realizado pelo DIEESE nas capitais.
O economista Marcio Rocha, chefe de Comunicação e Inteligência do Sistema Fecomércio, explica que a análise funciona como uma paridade de poder de compra entre os estados. “O valor do dinheiro é o mesmo em todo o país, mas os preços não são. Quando ajustamos R$ 100 pelos preços médios de alimentos em cada estado, conseguimos medir quanto esse valor compra de fato. Em Sergipe, os preços mais baixos fazem com que a renda tenha maior eficiência econômica, elevando o poder de compra real das famílias. Onde a alimentação é mais barata, o salário rende mais, a renda disponível aumenta e o consumo se torna mais equilibrado. Isso reduz vulnerabilidades sociais, melhora o bem-estar e fortalece o comércio e os serviços locais”, explicou.
Além da alimentação, Sergipe apresenta outros fatores que contribuem para a qualidade de vida, como indicadores positivos de segurança pública, menor pressão imobiliária em relação aos grandes centros urbanos e um mercado mais acessível. Esses elementos ajudam a reduzir custos indiretos das famílias e ampliam a eficiência do gasto mensal.
Para o Sistema Fecomércio, o cenário reforça a importância estratégica do comércio, dos serviços e do turismo no desenvolvimento estadual. Em um contexto nacional de aumento do custo de vida, Sergipe se destaca como uma exceção positiva, onde o dinheiro vale mais e a qualidade de vida se consolida como diferencial sustentado por dados e organização econômica.
*Com informações Fecomércio





