Em assembleia realizada na tarde de ontem (21), os servidores da administração geral do estadodeliberaram pela continuidade da greve. Paralisados desde o último dia 4 de fevereiro, os servidores pleiteiam, principalmente, a implementação integral do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), aprovado há quase dois anos.
De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase), as negociações com o Governo vêm ocorrendo desde o fim de fevereiro, inclusive, com direito a declarações públicas do governador Jackson Barreto sobre o pagamento do PCCV até maio deste ano.
Mas para a categoria, essa promessa não foi suficiente para encerrar a paralisação, optando, assim, por manter as atividades suspensas por tempo indeterminado.
“Apesar de reconhecerem a abertura de diálogo entre Sintrase e Governo, os servidores estão receosos, pois não é a primeira vez que eles deliberam o fim da paralisação e ficam sem ganho concreto. Por isso, a maioria votou por continuar em greve”, relembrou o presidente do sindicato, Diego Araujo.
A rodada de negociações com o Governo começou no último dia 29 de fevereiro, quase um mês após o início da greve, quando a categoria ameaçou ocupar prédios públicos para chamar atenção do Estado e imprensa.
Em reunião realizada neste mesmo dia, que contou com a presença de Jackson Barreto, o governador foi enfático quando assumiu o compromisso em pagar o Plano da Administração Geral em maio deste ano.
“Desde então, comparecemos a várias reuniões com técnicos da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplag) e membros da Procuradoria Geral do Estado (PGE), inclusive a uma audiência de conciliação no dia 3 (de março), na 18ª Vara Cível, quando ficou acertado que, em 15 dias um acordo seria elaborado pelo próprio Governo, com demonstrações de dados e valores para pagar o Plano, para ser posteriormente assinado por Jackson e efetivamente implantado”, explicou Diego.
Porém, antes da assembleia, mais um encontro entre Sintrase, PGE e Seplag foi realizado sem avanço. Reunião esta que também marcou a data limite para apresentação do acordo pelo Governo.
“Estivemos em mais uma reunião com o Estado que não rendeu frutos, pois há impasses entre demonstrativos da Seplag e o posicionamento jurídico da PGE, mesmo com a ordem de pagamento até maio feita pelo governador. Saímos sem ganho real e avanço, e por mais que tenhamos no momento um documento em mãos, que é o termo de audiência do dia 3, com solicitações do Judiciário sobre informações de como vai ser pago esse PCCV sem ferir a legislação vigente, não conseguimos avançar”, declarou Diego.
“Aguardamos um posicionamento mais rigoroso do governador, que declarou a toda sociedade e imprensa, sobre a forma como vai ser paga o Plano, além de solicitarmos a presença também da Secretaria de Estado da Fazenda para viabilizar o mais rápido possível o cumprimento do PCCV e do compromisso feito pelo próprio Jackson. A categoria e SINTRASE também deve se manifestar, apresentando até a próxima semana uma contraproposta. Até lá, a Administração Geral encontra-se em greve por tempo indeterminado”, finalizou o presidente.
Além do pedido pela implantação imediata do Plano, outros pedidos estão inclusos na pauta de reivindicações da categoria, como o pagamento da titulação (cuja criação da comissão já foi criada), reajuste da tabela do Plano em 24,31% (em virtude do índice inflacionário), pagamento da insalubridade para merendeiras, executores de serviços básicos e oficiais administrativos, concurso imediato para preenchimento de vagas na Administração Geral e retirada dos vigilantes terceirizados das escolas.
Vale lembrar que os serviços paralisados continuam sendo os oferecidos pelos órgãos estaduais nos Centros de Atendimento ao Cidadão (CEAC’s) e atividades administrativas e operacionais das escolas estaduais, de secretarias e empresas públicas.
Com informações da assessoria do Sintrase