A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) e o Hospital de Urgências Governador João Alves Filho (Huse), apresenta nesta sexta-feira (17), em coletiva de imprensa, o plano especial de ação do Samu 192 Sergipe para as festas de fim de ano e faz um alerta para a prevenção de acidentes de trânsito que aumentam neste período. Estes acidentes se configuram como um grave problema de saúde pública, pois afetam diretamente o sistema público de saúde, superlotando as emergências e ocupando a fila de cirurgias programadas, interferindo diretamente no fluxo de pacientes.
Em um levantamento realizado pelo HOSPUB, foram encaminhados para a ala de trauma do Huse, no período de final de ano, entre os dias 20 de dezembro de 2020 e 2 de janeiro de 2021, 216 vítimas de acidentes de trânsito. A gravidade destes traumas representa um custo alto em assistência hospitalar, internação em leito de UTI, insumos, equipamentos, exames, e demais recursos utilizados no tratamento de cada paciente que dá entrada na ala de trauma do hospital. Os traumas mais comuns dentre esses pacientes são as fraturas, podendo ser fratura exposta, traumatismo craniano, e fratura na coluna vertebral, podendo evoluir a óbito, ou deixar o paciente com sequelas.
De acordo com estimativa apontada pela Organização Mundial de Saúde, em torno de 1,2 milhão de pessoas morrem por ano em consequência de acidentes de trânsito nas rodovias. Os acidentes de trânsito são a segunda causa de morte entre jovens de 5 a 29 anos e a terceira causa de morte entre pessoas de 30 a 44 anos. Além dessas mortes, estima-se que, por ano, em torno de 50 milhões de pessoas saem feridas ou incapacitadas, em decorrência de acidentes de trânsito nas rodovias. Acidentes estes ocasionados pelas imprudências cometidas por motoristas e motociclistas no trânsito, a exemplo de ultrapassagens perigosas, a mistura entre álcool e direção, e outros fatores, resultam nos casos complexos de traumatismo que já fazem parte da rotina de atendimentos do Huse.
Sequelas
As sequelas existem e são definitivas para cerca de 30% desses casos, como paraplegias, tetraplegias, deformidades ósseas e amputações. Nos outros 70%, as vítimas sofrem sequelas parciais, como restrições de movimentos e dores, que podem reduzir a qualidade de vida. Desta forma, os serviços de saúde precisam alocar profissionais e equipamentos para o atendimento a essas vítimas que, muitas vezes, exigem o cuidado de uma série de especialistas, tais como, neurocirurgião, ortopedista, cirurgião de abdome e tórax, fisioterapeuta e outros.
O custo econômico de acidentado pode ser classificado em diretos e indiretos. Os primeiros dizem respeito aos gastos com a atuação médica, propriamente dito, que incluem tratamentos, exames complementares, internações e reabilitações. A esses podem ser somados os gastos do paciente com transporte para a realização do tratamento e dieta especial, entre outros. Os custos indiretos referem-se à perda de dias de trabalho, menor produtividade gerada por limitações físicas e/ou psicológicas e os danos materiais que porventura ocorram entre outros.
Participam da coletiva à imprensa o superintendente do Samu 192 Sergipe, Denisson Pereira da Silva; o superintendente do Hospital Governador João Alves Filho (Huse), Walter Pinheiro; a referência técnica da área de Violência e Acidentes no Trânsito da SES, Karla Danielly Anacleto; e o coordenador médico do Samu 192 Sergipe e coordenador médico do Eixo Crítico do Huse, José Edvaldo dos Santos.
Fonte: SES