O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 0,3% em junho em relação a maio e teve alta de 2,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (14).
Os números superaram as estimativas médias compiladas pela Reuters, com projeção de queda de 0,1% na base mensal e de alta de 2% na comparação anual.
Com isto, o setor acumula ganho de 2,0% desde fevereiro e renova o ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024.
A alta no mês se deve aos serviços de transportes, que registraram a única taxa positiva do mês, com crescimento de 1,5%. Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, dentro do setor foi identificado um crescimento mais acentuado tanto do transporte de cargas como do aéreo de passageiros.
“O avanço do transporte aéreo está correlacionado com o menor preço das passagens aéreas nos últimos três meses, o que aumentou a receita real das empresas aéreas”, explicou. “Já o transporte de cargas está relacionado com um dinamismo um pouco maior da economia, porque esse segmento está ligado ao escoamento de safra, insumos e bens industriais”.
Entre os demais setores, todos com taxas negativas, destacam-se as perdas no ramo de outros serviços (-1,3%), e nos serviços prestados às famílias (-1,4%). Houve ligeiras variações negativas em informação e comunicação (-0,2%) e profissionais, administrativos e complementares (-0,1%). Apesar da taxa negativa, este setor contou com avanços nas atividades jurídicas e de consultoria em gestão empresarial, o que suavizou a perda em relação ao mês de maio, quando avançou 0,9%.
“O avanço das atividades jurídicas se deve a ganhos de causas de escritórios de advocacia”, comentou Rodrigo Lobo. “É um movimento pontual. Já as consultorias em gestão empresarial estão ligadas a um movimento de modernização, otimização de processos, minimização de custos e alargamento das margens de lucro das empresas”.
O crescimento nacional foi acompanhado por onze das 27 unidades da federação, com os maiores impactos positivos vindo do Distrito Federal (2,3%) e do Paraná (0,8%).
No acumulado de janeiro a junho deste ano, o volume de serviços teve expansão de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024. A maior contribuição positiva ficou com o ramo de informação e comunicação (6,2%), puxado pelos serviços de tecnologia da informação. Outros crescimentos importantes vêm do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%), com destaque para o transporte aéreo, e também do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,3%), com destaque para o agenciamento de espaços de publicidade e a consultoria em gestão empresarial. O crescimento foi acompanhado por 20 das 27 unidades da federação, com destaque para São Paulo (3,9%).
Fonte: InfoMoney