A gigante chinesa de moda Shein afirmou que vai aderir a um eventual imposto federal para importações abaixo de US$ 50 (R$ 244, na cotação atual) independentemente da taxa. “Obviamente vamos seguir as regras do governo”, disse Marcelo Claure, presidente da companhia para a América Latina, na quinta-feira (24) em entrevista ao Poder360.
Entretanto, o executivo afirmou que o aumento da carga tributária deve elevar o preço dos produtos que a companhia vende. O encarecimento, nas palavras dele, “vai depender do quanto de imposto o governo decidir cobrar”.
Perguntado como as vendas da Shein poderiam ser afetadas com o aumento da carga tributária, Claure respondeu que “o imposto não é só para a Shein, mas para todas as outras plataformas de e-commerce”.
O empresário diz que a competitividade continuará a mesma quando todas as varejistas internacionais estiverem sob o imposto.
E-commerces estrangeiros que aderiram ao programa de governo Remessa Conforme pagam 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Não contribuem com a arrecadação federal.
Até agosto, varejistas on-line de outros países tinham que pagar 60% de II (Imposto por Importação). Mas era comum que companhias estrangeiras, especialmente as chinesas, cometessem fraudes e enviassem os produtos como pessoa física. Assim, ficavam isentas de qualquer taxação.
O governo cogitou acabar com a isenção, mas desistiu depois de pressão nas redes sociais e da primeira-dama, Janja. A medida impactará as contas públicas em R$ 35 bilhões até 2027, segundo a Receita Federal.
Marcelo Claure disse que a Shein mantém relações constantes com o governo federal. Afirmou ter contatos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre os planos de expansão da empresa. Também com o ministro Fernando Haddad (Fazenda).
“Apresentamos nosso plano de crescimento tanto para o presidente Lula, quanto para o ministro Haddad e para outros representantes do governo brasileiro”, afirmou.
Fonte: Poder 360