A presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb/SE), Ivânia Pereira, rechaçou o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), que classificou como prejudicial aos interesses dos advogados a greve dos bancários e decidiu promover Ação Civil Pública contra os grevistas, que estão paralisados há 15 dias.
Para Ivânia Pereira, a OAB/SE desconsiderou a legitimidade do Sindicato dos Bancários enquanto entidade representativa da categoria, em especial no exercício de direito de greve.
Ivânia disse ainda que sequer fora convidada para a reunião do último dia 7, em que a OAB e os bancos realizaram tratativas sobre o cumprimento do artigo 10 da Lei de Greve.
"Não tivemos a oportunidade de contradizermos às colocações de que o movimento paredista é ilegal. Antes, ao se promover uma ação civil pública que afeta diretamente os bancários, inclusive no momento em que estão negociando, a OAB/SE revela desrespeito à entidade e ao movimento paredista e ainda mais ao direito constitucional de greve e ao direito à participação nas negociações coletivas", afirmou.
A sindicalista disse que o entendimento do Seeb não é isolado. O Juiz Federal da 2ª Vara do Trabalho de Campina Grande, em ação idêntica promovida pela OAB/PB, decidiu indeferir o pedido de antecipação dos efeitos da tutela. Na decisão, o juiz afirma que "a intromissão do Estado determinando a abertura de 30% das agências bancárias no momento em que as categorias estão negociando, representaria uma interferência indevida no processo de negociação coletiva, que, dentro de um Estado Democrático de Direito, deverá privilegiar que a via pacificadora desponte a partir de uma solução criada pelo debate franco e aberto entre a classe empregados e empregadores".