Faixas e cartazes com frases, cores e demandas simples e nobre: melhorias salariais e condições de trabalho. Foi com bandeiras em punho que 14 sindicatos representados por médicos, enfermeiros, condutores de ambulâncias do Samu, delegados, policiais civis, merendeiros e auditores fiscais protestaram em frente da Assembleia Legislativa de Sergipe (AL/SE) no início da manhã desta terça-feira (4), visando cobrar dos parlamentares um posicionamento em relação às dificuldades financeiras que o Estado alega está passando.
“O Governo diz que não tem dinheiro para atender o pleito das categorias, já o Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco) e o Dieese, com base nas contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE), diz que o Estado arrecada recursos suficientes e tem dinheiro. Então, queremos que os deputados questionem ao TCE, que é órgão consultivo da AL, para que possamos tirar a prova dos nove e saber, de fato, qual a real situação do Estado”, expôs o médico José Menezes, vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed).
Ontem (3), Governo e Sindicatos se reuniram para debater o assunto, mas as negociações não avançaram e os sindicalistas ouviram novamente do Governo que a crise financeira e o rombo de quase R$950 milhões da Previdência engessaram qualquer iniciativa de reajuste salarial dos servidores.
Para o presidente da Associação dos Delegados de Sergipe (Adepol), Paulo Ramos, a manutenção de um canal de diálogo já é considerado positivo. “Pelo menos a negociação foi reaberta e esperamos que o Governo conceda o reajuste linear de 2015 e cumpra o que foi prometido nos acordos de 2014 como o PCCV, o subsidio e alguns planos na área de saúde. Vamos continuar com a luta, com as operações e tentando negociar com o Governo”, espera.
Se as negociações não avançarem, afirma José Menezes, os sindicatos irão levar para a esfera judicial. “Nós temos cálculos que nos municiam e comprovam que o Governo tem dinheiro, o estado por sua vez diz que não tem dinheiro, se esse impasse não for resolvido recorremos a justiça, embora a justiça nunca consiga ver com os mesmos olhos dos sindicatos”, finaliza.
Fotos: Lindivaldo Ribeiro/CS