Nesse ano a tão esperada ceia de natal e a queima de fogos será diferente para muita gente. Com o aumento de casos da covid-19 as aglomerações não são recomendadas, o ideal é que as confraternizações sejam apenas com as pessoas que moram na mesma casa, a medida faz com que muita gente não possa se encontrar, o que pode gerar impactos na saúde mental. Há também aqueles que perderam familiares e amigos na pandemia. As terapeutas da Equilíbrio Clínica Dia em Aracaju, Raíssa Vasconcelos e Renata Brügger, dão dicas de como enfrentar esse período.
Para a terapeuta ocupacional Raíssa
O ano de 2020 foi de perda para milhares de pessoas, seja a morte de um familiar, amigo, ou até mesmo uma demissão, a falência de uma empresa, a não realização de um projeto. Para a Terapeuta de Família, Renata Brügger, é preciso tomar algumas medidas para se proteger psicologicamente. “Perdas são processos muito pessoais. Cada um pode vivenciar de uma forma diferente. A família e as relações mais próximas podem ser o melhor lugar de acolhimento e nutrição para que essa dor seja elaborada. Se você não sente que isso é possível pra você, reflita sobre como ser esse lugar de acolhimento para alguém, e como essa troca saudável pode beneficiar suas relações. É preciso que cada um perceba – dentro do seu papel familiar e relacional – o que pode fazer para ajudar a criar uma conexão positiva e saudável, principalmente em momentos de dor”, afirma.
Segundo ela, é nesse momento que os laços relacionais podem desenvolver um potencial de segurança emocional e saúde mental. “Esse é o momento para demonstrar que se importa. É um exercício necessário de fazer espaço para o que o outro sente sem julgamentos. Entendendo também que cada um tem seu tempo para cuidar e tratar suas perdas. Quando permitimos que o outro sinta e se expresse conosco, podemos abrir espaço para o nosso próprio sentir e nossa própria cura. Ajudar a construir um ambiente familiar e/ou relacional que seja nutridor contribui para nossa própria nutrição. Em momentos de perdas que são compartilhadas por todos no planeta, a conexão é presente e, muitas vezes, inevitável. Empatia, autocuidado, responsabilidade e autoconhecimento são elementos essenciais nesse processo e precisam ser colocados em prática não só no nosso universo interno, mas também em nossa relação com o outro e com o coletivo”, destaca.
Quando o assunto é natal à distância, a terapeuta diz que encontrar formas de se conectar emocionalmente pode ajudar muito. “Esse é um momento em que, com a distância física, precisamos trabalhar a presença verdadeira nas relações. Interagindo com sentimento e interesse, demonstrando o quanto nos importamos com o outro. Seja por mensagens ou chamadas de vídeo, a presença amorosa é possível e pode fazer toda a diferença. Focar nas impossibilidades não vai nos trazer conforto. É preciso focar no que é possível e seguro para os familiares nesse momento, principalmente os que são grupos de risco. Sendo assim, use e abuse da criatividade para desenvolver uma conexão bonita e inesperada”, conta.
O autocuidado é essencial neste momento. “Buscar atividades que sejam nutridoras, saudáveis e prazerosas. Lembrar sempre que cuidar de si é cuidar do outro – principalmente quando se trata do cuidado com nossa mente. Lembrar também de se permitir celebrar o amor e a conexão familiar e/ou relacional com quem nos é importante. Tudo isso contribui bastante para nossa saúde mental nesse momento. Se conecte consigo mesmo. Com o que gosta, com o que sonha, com seus potenciais. Mesmo que tudo isso ainda não esteja definido pra você. Se permita experienciar o que sente, acolher o que pensa, elaborar sua dor. Encarar o que precisa ser visto de frente em você para que consiga expressar seu melhor. Momentos difíceis serão sempre parte, mas não precisam definir quem somos – e o que queremos ser. É preciso ir além e refletir sobre o que temos a aprender e o que ainda podemos construir. As conexões relacionais precisam ser muito mais fortalecidas nesse momento. É tempo de olhar para o que verdadeiramente importa dentro e fora de nós”, finaliza Renata Brügger.
Fonte: Assessoria de Imprensa