ARACAJU/SE, 10 de abril de 2025 , 21:25:35

Terapeutas dão dicas de como cuidar da saúde mental

Nesse ano a tão esperada ceia de natal e a queima de fogos será diferente para muita gente. Com o aumento de casos da covid-19 as aglomerações não são recomendadas, o ideal é que as confraternizações sejam apenas com as pessoas que moram na mesma casa, a medida faz com que muita gente não possa se encontrar, o que pode gerar impactos na saúde mental. Há também aqueles que perderam familiares e amigos na pandemia. As terapeutas da Equilíbrio Clínica Dia em Aracaju, Raíssa Vasconcelos e Renata Brügger, dão dicas de como enfrentar esse período.

Para a terapeuta ocupacional Raíssa Vasconcelos, o primeiro passo é tentar ressignificar esse cotidiano. “É preciso atribuir um novo significado para as atividades que são desenvolvidas na sua rotina e que tem um sentido para você. É hora de voltar a pensar em um lazer de acordo com o que é possível fazer. Seja aprender um instrumento, ou colocar aquele desejo de aprender um novo prato na cozinha, olhar um álbum de fotos antigas de família, organizar algumas coisas dentro de casa. Lembrando que tudo vai depender do seu repertório ocupacional, isto é, as atividades que antes você fazia e que por algum motivo deixou de desempenhar, seja algo relacionado a culinária, atividade física (sendo aquela que lhe agrade), ler um livro, escutar a música que gosta, principalmente em momentos de realização de tarefas de casa, passeios familiares (lembrando de respeitar as normas de biossegurança), sem deixar de lembrar da utilização das redes sociais como forma de aproximação e fortalecimento das relações que são de grande valia nesse atual cenário”.

O ano de 2020 foi de perda para milhares de pessoas, seja a morte de um familiar, amigo, ou até mesmo uma demissão, a falência de uma empresa, a não realização de um projeto. Para a Terapeuta de Família, Renata Brügger, é preciso tomar algumas medidas para se proteger psicologicamente. “Perdas são processos muito pessoais. Cada um pode vivenciar de uma forma diferente. A família e as relações mais próximas podem ser o melhor lugar de acolhimento e nutrição para que essa dor seja elaborada. Se você não sente que isso é possível pra você, reflita sobre como ser esse lugar de acolhimento para alguém, e como essa troca saudável pode beneficiar suas relações. É preciso que cada um perceba – dentro do seu papel familiar e relacional – o que pode fazer para ajudar a criar uma conexão positiva e saudável, principalmente em momentos de dor”, afirma.

Segundo ela, é nesse momento que os laços relacionais podem desenvolver um potencial de segurança emocional e saúde mental. “Esse é o momento para demonstrar que se importa. É um exercício necessário de fazer espaço para o que o outro sente sem julgamentos. Entendendo também que cada um tem seu tempo para cuidar e tratar suas perdas. Quando permitimos que o outro sinta e se expresse conosco, podemos abrir espaço para o nosso próprio sentir e nossa própria cura. Ajudar a construir um ambiente familiar e/ou relacional que seja nutridor contribui para nossa própria nutrição. Em momentos de perdas que são compartilhadas por todos no planeta, a conexão é presente e, muitas vezes, inevitável. Empatia, autocuidado, responsabilidade e autoconhecimento são elementos essenciais nesse processo e precisam ser colocados em prática não só no nosso universo interno, mas também em nossa relação com o outro e com o coletivo”, destaca. 

Quando o assunto é natal à distância, a terapeuta diz que encontrar formas de se conectar emocionalmente pode ajudar muito. “Esse é um momento em que, com a distância física, precisamos trabalhar a presença verdadeira nas relações. Interagindo com sentimento e interesse, demonstrando o quanto nos importamos com o outro. Seja por mensagens ou chamadas de vídeo, a presença amorosa é possível e pode fazer toda a diferença. Focar nas impossibilidades não vai nos trazer conforto. É preciso focar no que é possível e seguro para os familiares nesse momento, principalmente os que são grupos de risco. Sendo assim, use e abuse da criatividade para desenvolver uma conexão bonita e inesperada”, conta.

O autocuidado é essencial neste momento. “Buscar atividades que sejam nutridoras, saudáveis e prazerosas. Lembrar sempre que cuidar de si é cuidar do outro – principalmente quando se trata do cuidado com nossa mente. Lembrar também de se permitir celebrar o amor e a conexão familiar e/ou relacional com quem nos é importante. Tudo isso contribui bastante para nossa saúde mental nesse momento. Se conecte consigo mesmo. Com o que gosta, com o que sonha, com seus potenciais. Mesmo que tudo isso ainda não esteja definido pra você. Se permita experienciar o que sente, acolher o que pensa, elaborar sua dor. Encarar o que precisa ser visto de frente em você para que consiga expressar seu melhor. Momentos difíceis serão sempre parte, mas não precisam definir quem somos – e o que queremos ser. É preciso ir além e refletir sobre o que temos a aprender e o que ainda podemos construir. As conexões relacionais precisam ser muito mais fortalecidas nesse momento. É tempo de olhar para o que verdadeiramente importa dentro e fora de nós”, finaliza Renata Brügger.  

Fonte: Assessoria de Imprensa

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