ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 6:20:26

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Terceirizados da empresa Confiança fazem ato na UFS

Os trabalhadores da Confiança, empresa terceirizada que presta serviços à UFS, realizaram um protesto com paralisação das atividades nesta quarta-feira (31), em razão do atraso do ticket alimentação, que há quatro meses consecutivos não é pago. O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs) intermediou a reivindicação junto à Reitoria da universidade pelo pagamento justo e em dia dos benefícios, adicionais e salários, que costumam atrasar quase que mensalmente.

 

Após serem recebidos por representantes da administração da UFS, os trabalhadores tiveram como resposta que o atraso é resultado de uma não adequação do contrato firmado entre a universidade e a empresa em virtude de uma normativa da Controladoria Geral da União (CGU) que impede os órgãos públicos de fazer atualização de valores contratuais com as empresas terceirizadas.

 

De acordo com Lucas Gama, presidente do Sintufs, essas exigências representam obstáculos para a gestão pública, uma vez que a CGU cria mecanismos para supostamente evitar a corrupção, mas que, na prática, acabam, inclusive, ferindo a legislação, como é o caso. "Isso inviabiliza a atuação do gestor nesses casos porque as empresas devem pagar  aos trabalhadores valores atualizados por valorização salarial e reajuste de impostos, mas vão receber da universidade não de acordo com esses custos, mas de acordo com custos anteriores, do momento da assinatura do contrato", avalia.

 

No entretanto, Lucas também afirma que a UFS pecou pela demora em tomar a iniciativa sobre a questão. "A administração da universidade estava aguardando que a CGU apresentasse resposta aos protestos sobre esse caso. A CGU não respondeu e isso já se alonga por quatro meses, período em que a UFS também não moveu uma única palha para tentar resolver o impasse. Agora, com essa última mobilização, é que a administração vai assumir a responsabilidade de fazer o reequilíbrio contratual", explica.

 

A informação repassada pela Reitoria é que, uma vez assinada a adequação contratual e assim que a CGU responder ao pleito, a UFS fará o pagamento à empresa com os valores atualizados. Há, porém, outra luta envolvida após esse eventual parecer positivo da CGU. "Feito o reequilíbrio contratual, a UFS tem que ter recursos para pagar os valores retroativos. Nos foi passado que Reitor está em Brasília e será feita uma tentativa de arrecadar algum recurso em Brasília junto ao MEC", afirma Lucas.

 

Enquanto isso, os trabalhadores terceirizados, mais uma vez, sofrem com a violação de direitos trabalhistas básicos e já surge a preocupação de um novo atraso nos salários, que deve ser depositado até a quarta, dia 7, o quinto dia útil de setembro. "O quadro econômico do país e a situação orçamentária da UFS são de arrocho e esse regime de trabalho através da terceirização é muito prejudicial ao trabalhador, com diversos casos de atrasos de pagamento de salários, benefícios e outros valores, como retroativos de aumento salarial, em todas as empresas que prestam serviço à universidade. Quem sempre sofre mais é quem está na ponta desse processo: o trabalhador", garante.

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