O arroz está no prato de todo sergipano, além de ser um dos alimentos mais populares, também apresenta o melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína necessária aos seres humanos. Em Sergipe, na região do Baixo São Francisco, encontra-se uma produção tradicional e orgânica do alimento no Território Quilombola Brejão dos Negros. E neste sábado (28), a comunidade celebrou a II Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, no Quilombo Resina, situado no município de Brejo de Grande.
A Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), através da diretorias de Segurança Alimentar, Nutricional e Inclusão Produtiva, e de Inclusão e Direitos Humanos, esteve presente neste ato representativo para o povo quilombola. “A festa é um marco histórico para o povo do Território Quilombola Brejão dos Negros e hoje eles celebram também a chegada de máquinas, como a colheitadeira e a despolpadeira, para melhor aproveitamento da colheita, pois possibilita a criação de outros subprodutos que oportunizam a geração de renda”, declara a diretora de segurança alimentar, Sabrina Oliveira.
Para este ano, o Território Quilombola Brejão dos Negros espera uma colheita de 300 toneladas. O arroz cultivado no quilombo é totalmente sem produtos químicos, e toda a produção, colheita e beneficiamento é realizada no território. Ainda no local, há o cultivo de outros alimentos agroecológicos, como frutas e verduras, derivados do coco e pescados.“Antes o nosso arroz era cultivado de forma tradicional em que preparávamos o solo manualmente. E, agora, com o suporte da máquina, o processo está mais rápido. Hoje, o nosso trabalho no cultivo do arroz é feito com mais agilidade e podemos até fazer 2 safras por ano”, relata o líder do quilombo de Resina, Eneias Rosa.
O ‘Arroz Velho Chico’ produzido na comunidade quilombola de Resina é cultivado num espaço de 23 hectares, às margens do Rio São Francisco.
Arroz Quilombola no PAA
De acordo com dados da Embrapa, o arroz é considerado a espécie que apresenta maior potencial para o combate à fome, pois ele desempenha um papel estratégico, tanto de valor econômico quanto social. Nesse sentido, o arroz quilombola de Brejão dos Negros já integra essa cadeia socioeconômica, uma vez que desde 2023, a comunidade passou a receber recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal e executado no estado pela Seasic.
“Para nós, enquanto gestores públicos, é muito importante estar junto com os povos tradicionais para conhecer e ouvir as suas histórias. E temos orgulho das conquistas na área da segurança alimentar, a exemplo do Território Quilombola Brejão dos Negros que foi a primeira comunidade quilombola do país a acessar os recursos do Programa de Aquisição de Alimentos. É Sergipe em lugar de destaque pela força do seu povo,”, ressalta a secretária, Érica Mitidieri, ao reforçar o papel das políticas públicas de segurança alimentar, nutricional e inclusão produtiva.
Em relatório publicado recentemente sobre o PAA, Sergipe adquiriu 324,6 toneladas de alimentos, em agosto, para doação a entidades socioassistenciais como cozinhas solidárias e rede pública e filantrópica de ensino. Foram mais de R$1.13 milhão investidos, levando o estado a 6º posição nacional na modalidade compra com doação simultânea.
Fonte: Secom