A construção do primeiro data center do TikTok no Brasil começará em até seis meses, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O projeto deve movimentar cerca de R$ 50 bilhões e será instalado no Complexo do Porto do Pecém, no Ceará. A estrutura será operada pela dona da plataforma, a chinesa ByteDance, em parceria com a desenvolvedora de energia renovável Casa dos Ventos.
“Pelas nossas potencialidades e pelo que construímos e fortalecemos nos últimos anos, o Brasil se coloca com infraestrutura suficiente e com energia limpa e renovável. Por isso, assinamos a Medida Provisória do Redata, que cria uma série de estímulos para a atração de data centers, e um deles já anunciado no Ceará. Daqui a seis meses, teremos efetivamente obras para receber o data center do TikTok. Serão investidos R$ 50 bilhões no Ceará, que demonstram o potencial do Brasil para recepcionar estes investimentos”, disse Silveira.
O governo aposta na disponibilidade de fontes renováveis e em incentivos fiscais para atrair esse tipo de empreendimento. Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória que concede isenção de tributos federais para data centers interessados em se instalar no país.
O plano da ByteDance para o Brasil foi revelado em abril, quando fontes ligadas ao projeto informaram à Reuters a intenção da empresa de centralizar parte de suas operações de dados na América Latina a partir do Ceará. A unidade fará parte de uma iniciativa conjunta com a Casa dos Ventos e será abrigada dentro da área do porto industrial de Pecém.
A Casa dos Ventos já havia obtido, em maio, duas autorizações necessárias para instalar um data center de 300 megawatts no local. Segundo o ministro Alexandre Silveira, a combinação entre energia limpa e incentivos fiscais coloca o Brasil em posição competitiva para receber estruturas desse porte.
O empreendimento ocorre em meio ao aumento da pressão regulatória sobre o TikTok em países como Estados Unidos e membros da União Europeia, que questionam o armazenamento e o uso de dados por empresas chinesas. A construção de data centers locais é vista como uma estratégia para garantir conformidade com legislações nacionais de privacidade.
A previsão é que o data center do Pecém atenda não só o mercado brasileiro, mas possa servir como base para operações digitais do TikTok em outros países da América Latina. Hoje, a empresa concentra parte de seu processamento de dados em unidades fora do continente.
O governo federal aposta que a presença do TikTok pode atrair outras big techs e consolidar o Ceará como polo de tecnologia e infraestrutura digital. O Porto do Pecém já abriga cabos submarinos e projetos de energia renovável que favorecem a instalação de serviços de alta demanda computacional.
A ByteDance ainda não detalhou o cronograma completo do empreendimento, mas o início das obras deve seguir o prazo anunciado pelo Ministério de Minas e Energia. O valor estimado de R$ 50 bilhões inclui construção, infraestrutura energética, equipamentos e operação inicial.
Fonte: IG