Funcionários da empresa MCE, que prestam serviços na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado (Fafen), em Laranjeiras, permanecem com as atividades paralisadas na manhã de hoje (28). O movimento é para cobrar da empresa terceirizada o pagamento dos salários e 13º Salário, dentre outros benefícios. Ontem (27), os trabalhadores do Pólo Atalaia (Tecarmo), em Aracaju, conseguiram firmar um acordo com a empresa, que se comprometeu quitar todas as pendências até o dia 05 de fevereiro.
A informação é que a empresa tem recebido regularmente o pagamento das faturas do contrato, mas não tem efetuado o pagamento da folha de pessoal. Na Fafen os trabalhadores cobram o pagamento da segunda parcela do 13º, a multa pelo atraso, o adiantamento do salário, o retroativo da data base e as horas extras atrasadas.
O movimento continua nesta quinta-feira, e a disposição dos empregados é de radicalizar caso a empresa não atenda as reivindicações. Eles denunciam que além de não pagar o décimo terceiro, a MCE não repassa o reajuste da cesta básica desde março de 2015. No Tecarmo os trabalhadores denunciam também que a empresa paga apenas 50% das horas extras e não paga pelos sábados de feriado, mesmo com as horas trabalhadas. Na Fafen a empresa deve as horas extras desde dezembro de 2015.
Os funcionários também reclamam do corte no salário devido aos atrasos provocados pela empresa de transporte contratada pela própria MCE. Já no Tecarmo a empresa não repassou o valor da tarifa de ônibus que subiu para R$ 3,10 em Aracaju. “Minha geladeira parece uma discoteca, só tem luz e fumaça”, lamentou um dos trabalhadores, acrescentando que a situação é preocupante. “Além de faltar comida tem trabalhador com ameaça de despejo e ameaçado de prisão, por não pagar o aluguel e a pensão alimentícia, sem falar nas contas todas atrasadas”, ressaltou.
Inseto na comida
Outra denúncia grave são as condições de insalubridade na alimentação oferecida no refeitório dos trabalhadores terceirizados do Tecarmo. De acordo com trabalhadores casos de infecção intestinal são frequentes e na comida já foi encontrado barata e porca de parafuso dentro do feijão. já encontraram barata e porca de parafuso dentro do feijão.
“Eles tinham que reconhecer nossa função, respeitar nosso trabalho no dia-a-dia, porque não são eles que colocam as mãos nas ferramentas. Estourou uma linha, uma válvula estourou, um vazamento sério, qualquer situação de emergência quem atende somos nós. Limpeza de esfera, teste hidrostático. Quando a gente para, fica sem ninguém no campo para dar suporte”, desabafa outro trabalhador.
Os funcionários reclamam que a Petrobrás não fiscaliza a empresa quando não paga o funcionário. “Largam o peão e só querem o serviço pronto. Diante da greve aciona outra empresa e traz peão de fora para terminar o que a gente começou. Só pode ter algum esquema muito pesado. Porque se a Petrobrás repassa a fatura, não devia aceitar que a gente trabalhasse sem receber nossos direitos”, diz um dos grevistas.