Os trabalhadores da empresa Brisa Mar Serviços, que prestam serviços terceirizados ao Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão, cruzaram os braços hoje (30) como forma de protesto aos dois meses de salários atrasados, sem contar com o décimo terceiro.
Os funcionários se reuniram na porta do complexo penitenciário na manhã desta quarta-feira e, segundo Valmir Miguel dos Santos, empregado da firma e representante da categoria, se a empresa não quitar os débitos, os profissionais não retornarão ao trabalho e os detentos ficarão sem as quatro refeições diárias.
“Há dois meses não recebemos salários. A empresa não pagou nem a metade do décimo terceiro. Não temos condições de trabalhar assim. Há funcionário tirando dinheiro do próprio bolso para pagar passagem. Os salários já vinham atrasando, mas chegamos ao limite. Cruzamos os braços e sem os cozinheiros não há refeição para os presos”, diz ele, com ar de insatisfação.
Valmir diz ainda que sem comida, há qualquer momento pode haver uma rebelião. “Enquanto a empresa não quitar os débitos, não retornaremos ao trabalho”, reafirma ele.
Além da falta da remuneração, Valmir reclama das condições de trabalho, pois, segundo ele, há sobrecarga e os funcionários não tem horário de almoço.
Contradição
O diretor do Copemcan, Jean Guimarães, contradisse a categoria no que diz respeito à paralisação das refeições. Segundo ele, os alimentos estão sendo servidos normalmente e a empresa Brisa Mar providenciou a substituição dos cozinheiros quando teve conhecimento da paralisação.
Ainda conforme Jean, não há possibilidade de haver rebelião. “Se os detentos não tivessem fazendo as refeições, realmente poderíamos ter uma rebelião. Mas como não teve prejuízos para a cozinha e a alimentação está normal, não tem com o que se preocupar. A empresa responsável garantiu as refeições”, assegurou ele.