O Brasil enfrenta uma alta incidência de dengue em 2025. A doença viral, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, causa febre alta, dores no corpo e pode evoluir para formas graves, incluindo hemorragia e morte.
Inclusive, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde (MS), entre janeiro e março deste ano, foram registrados mais de 500 mil casos prováveis da doença no país. No mesmo período, confirmaram-se 235 mortes, enquanto outros casos continuam sob investigação.
Atualmente, o Brasil depende de imunizantes importados, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, o acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é restrito.
Hoje, a vacinação na rede pública está disponível apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, apesar da autorização para aplicação em faixas etárias mais amplas (4 a 59 anos) em 521 municípios.
Diante disso, segundo o Governo Federal, o Brasil passará a produzir, a partir de 2026, a primeira vacina 100% nacional contra a dengue.
Um levantamento recente realizado pela Agência Conversion, especialista em análise de dados e SEO, revelou uma alta impressionante de 1340% nas pesquisas no Google pelo termo “vacina de dengue no sus” nos últimos seis meses.
Desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa WuXi Biologics, o imunizante será de dose única e estará disponível no SUS. A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do MS e já se encontra na fase final de desenvolvimento tecnológico.
O plano prevê a produção anual de 60 milhões de doses para distribuição, com possibilidade de ampliação conforme a demanda e a capacidade produtiva.
Assim, o investimento total na iniciativa é de R$ 1,26 bilhão e conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento da pesquisa clínica.
Além disso, a Anvisa também acompanha o processo, avaliando o pedido de registro da nova vacina, que deverá contemplar a população de 2 a 59 anos.
Com milhões de pessoas expostas ao risco de infecção, o imunizante surge como um instrumento fundamental para a redução da carga da doença e a prevenção de complicações graves.
Contudo, o MS reforça que outras medidas seguem essenciais, como controle do mosquito Aedes aegypti, vigilância e estruturação da rede de assistência para evitar óbitos.
Distribuição
O MS, em colaboração com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), segue uma estratégia para a distribuição das vacinas.
O objetivo principal é otimizar a execução das ações do órgão, garantindo que os recursos sejam direcionados de maneira eficaz para as áreas com maior necessidade.
Os critérios incluem a presença de ao menos um município de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, e a alta incidência de dengue registrada nos anos de 2023 e 2024, com destaque para aqueles que enfrentam a maior prevalência do sorotipo 2 do vírus (DENV-2).
Porém, em fevereiro, o MS autorizou os estados e o Distrito Federal a ampliarem o público-alvo, conforme a validade das doses em estoque.
As com validade de dois meses poderão ser oferecidas para pessoas de 6 a 16 anos, enquanto aquelas de até um mês serão destinadas à população de 4 a 59 anos.
Nesse processo de distribuição, é essencial garantir que as vacinas sejam armazenadas adequadamente. A geladeira e a câmara refrigerada, por exemplo, são fundamentais para manter a qualidade do imunizante.
Isso porque sua eficiência está diretamente ligada à manutenção da temperatura ideal até o momento da aplicação, o que garante a eficácia, fundamental para alcançar os objetivos de prevenção da dengue.