O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (24) que o papa Francisco beatificará João Paulo I no próximo dia 4 de setembro de 2022, em uma cerimônia na Praça São Pedro. A data foi oficialmente divulgada pela Congregação para as Causas dos Santos.
No último dia 13 de outubro, o Vaticano reconheceu um milagre atribuído a Albino Luciani, que comandou a Igreja Católica entre 26 de agosto e 28 de setembro de 1978, em um dos pontificados mais breves da história.
O milagre em questão é a cura de uma menina de 11 anos que sofria de uma “encefolapatia inflamatória grave e aguda, de epilepsia refratária e de choque séptico”, e teria ocorrido em 23 de julho de 2011, em Buenos Aires, capital da Argentina.
De acordo com a Congregação para as Causas dos Santos, o estado clínico da criança era “muito grave e caracterizado por diversas crises epilépticas diárias e por um quadro séptico de broncopneumonia”.
O Papa “dos 33 dias” é o sexto Papa do século 20 que será beatificado, segundo disse a vice-postuladora da causa Stefania Falasca ao jornal Avvenire. Antes dele, foram Pio X (1903-1914), João XXIII (1958-1963), Paulo VI (1963-1978) e João Paulo II (1978-2005).
De acordo com a legislação canônica em vigor, será necessário aguardar o desfecho de outro processo “Super Miro” (sobre o milagre), após a beatificação para proceder à canonização.
Nascido em Canale d’Agordo, norte da Itália, em 17 de outubro de 1912, Luciani era proveniente de família humilde e se sentou no trono de Pedro por apenas 33 dias.
Seu jeito carismático lhe rendeu o apelido de “papa dos sorrisos”, e ele também foi o primeiro pontífice a adotar um nome duplo, em homenagem a seus dois antecessores, João XXIII e Paulo VI, ambos já canonizados.
João Paulo I representava uma figura de renovação na Igreja Católica, mas morreu em 28 de setembro de 1978, vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 65 anos de idade.
Hoje Luciani é considerado um “venerável servo de Deus”, ou seja, alguém com processo de canonização aberto e que já teve reconhecidas suas “virtudes heroicas”. Para se tornar beato e depois santo, é necessária a comprovação de pelo menos dois milagres.
Fonte: Terra