Da redação, AJN1
Cerca de 40 viaturas da Polícia Militar, que eram utilizadas no policiamento da capital e interior, estão recolhidas ao pátio do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cefap). A situação que prejudica diretamente a população e aumenta a sensação de insegurança, ocorre em virtude do atraso no pagamento da locadora de veículos, que estaria sem receber desde o mês de abril. Por conta disso o número de veículos da PM retirados das ruas pode aumentar.
Para o advogado Márlio Damasceno, que representa a Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), é lamentável que o governo do estado não trate a segurança pública como prioridade. “Deixar que 40 viaturas sejam recolhidas por falta de pagamento, enquanto a criminalidade só aumenta, é um total desrespeito à sociedade sergipana”, ressaltou o advogado, acrescentando que a informação é que desde novembro do ano passado houve uma redução nos repasses do custeio para a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e consequentemente para a PM.
Márlio Damasceno ressaltou que a locação de veículos acaba sendo mais benéfica para a população, pois, pelo contrato, em caso de acidente o veículo é substituído por outro, não ficando o policiamento prejudicado. “Tem também a questão da manutenção dos veículos, que deveria estar em dia, mas estão com pneus carecas, sem estepe, macaco, maçanetas de portas quebradas, faróis queimados e licenciamento vencido”, revelou o advogado, acrescentando que o problema é a falta de pois, tanto secretário de segurança, como comandante, esbarram na vontade do governo, que é quem libera as verbas.
“Na segurança, saúde e educação não pode haver contenção de despesas. Esses setores são primordiais para a população. Se o estado quer fazer contenção de gastos, deveria começar pelos jetons que os secretários recebem, na publicidade e outras áreas. É preciso que a sociedade sergipana esteja atenta a tudo isso, pois tentam passar que a classe militar seria a vilã desta história, mas na verdade, a culpa é do Estado que não investe devidamente na área da segurança pública”, afirma Márlio Damasceno.
Além do recolhimento dos veículos locados, a segurança pública enfrenta outro problema que tem preocupado a população sergipana. Desde a semana passada que policiais militares e Bombeiros realizam o movimento "Polícia Legal", que consiste basicamente em não trabalhar em veículos sem condições de tráfego e utilizar equipamentos de segurança e munições vencidos.
Resposta
Em nota encaminhada à imprensa, o comando da PM alegou que o recolhimento dos veículos locados ocorre em virtude de problemas mecânicos e que já deveriam ter sido substituídos. Conforme prevê o contrato ao final de dois anos ou após cem mil quilômetros rodados, as viaturas locadas precisam ser substituídas por veículos novos.
Em outro trecho da nota, a PM confirma o atraso no pagamento a empresa, sem informar o período. “Devido ao delicado momento de crise financeira que o país vem atravessando, e que está afetando os estados e os governos estaduais, o Estado está com dificuldades para pagar em dia os seus fornecedores”.
* Com informações do Jornal da Ilha
