ARACAJU/SE, 26 de julho de 2024 , 20:32:20

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Comércio espera aumento de 5% nas vendas de Natal

Da redação, Joângelo Custódio

Com o país saindo, de forma paulatina, da tenebrosa recessão econômica e gerando mais empregos [foram mais de 5.491 novas vagas em outubro, o melhor resultado do ano em Sergipe, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados [Caged], já é possível enxergar, no final do corredor sombrio, a luz de otimismo do comércio para as compras alusivas ao Natal, celebrado daqui a 12 dias.

Em Aracaju, a expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) é de crescimento em torno de 5%, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em 2016, o crescimento foi de 1%. Com isso, os sergipanos devem, diferentemente do que ocorreu nos anos anteriores, “abrir a mão” e comprar presentes mais atrativos, deixando de lado as famosas “lembrancinhas”.

“A média é de 5%, podendo variar em dois pontos percentuais se comparado com 2016. Alguns setores podem ter um crescimento até maior, como vestuário, calçados e eletroeletrônicos. Esses segmentos puxam as vendas. Os consumidores, acredito, irão comprar presentes mais caros, deixando um pouco de lado as ‘lembrancinhas’”, afirma o presidente da CDL de Aracaju, Breno Barreto.

Dinheiro novo

O otimismo nas vendas, segundo Breno, não corresponde apenas à injeção do 13º salário na economia, já esperado todos os anos, mas de dinheiro novo que deve entrar nas contas dos consumidores, a exemplo dos pagamentos referentes ao PIS/PASEP e FGTS.

Além desses, Breno destaca outros dois fatores que podem contribuir para o aquecimento da economia. Isso porque, após acordo, os bancos devolverão aos poupadores as perdas com planos econômicos nas décadas de 80 e 90: o plano Bresser, de 1987; o Verão, de 1989 e os Planos Collor 1, de 1990 e Collor 2, de 1991. Um acordo foi fechado com os bancos para encerrar quase um milhão de ações judiciais em todo o país. Há também a queda da taxa básica de juros, a Selic [Sistema Especial de Liquidação e de Custódia], que chegou a seu menor nível histórico: 7%.

“Há essa perspectiva para quem tem ações na Justiça contra esses planos. É um dinheiro novo que pode circular no país. O caso do FGTS, das contas inativas, ninguém estava esperando por esse dinheiro. Quando estiver disponível, servirá para pagar dívidas e também para ser gastado no comércio. Não tenho dúvidas de que esse ano será bem melhor que 2016. Um grande indicador positivo é a queda dos juros da taxa Selic, a taxa mais baixa dos últimos anos”, avalia.

Reforma da Previdência

Breno também destaca a reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional e divide opiniões, como um grande impulsionador do crescimento econômico. Para ele, se o Congresso aprovar ainda este ano, o mercado responderá positivamente, baixando os preços dos produtos industrializados. “A grande expectativa ainda é a votação da reforma previdenciária. O mercado financeiro tem uma boa aceitação pela aprovação. Acredito nisso. O mercado responderá positivamente”, conclui.

Vilões dos anos anteriores

Em 2015, a supervalorização do Dólar foi o grande vilão, resultando no afastamento dos consumidores das lojas, já que muitos produtos, fabricados na China e nos Estados Unidos, ficaram “salgados”.

Em 2016, os algozes foram, pelo menos para o estado de Sergipe, os atrasos dos salários do funcionalismo público, também em decorrência da crise, e a balbúrdia deixada pela greve dos bancários.

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