O tempo em que as mulheres ficavam em casa cuidando apenas dos afazeres domésticos e da criação dos filhos ficou para trás. Cada vez mais o público feminino mostra que é capaz de empreender e fazer sucesso no mundo nos negócios. A prova disso é que em oito anos o número de mulheres que resolveram abrir uma empresa cresceu 11,1% em Sergipe.
Hoje elas formam um contingente de 90 mil empresárias e são responsáveis pelo comando de um em cada três empreendimentos no estado. Em termos relativos esse percentual leva o estado a ocupar o quinto lugar no ranking nacional de empreendedorismo feminino, ficando apenas atrás do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Maranhão.
A advogada Laura Figueiredo é um exemplo disso. Após adquirir experiência na área resolveu montar o próprio negócio. Priorizando a implementação de um eficiente modelo de gestão, ela estruturou a empresa e a consolidou como um dos principais escritórios de advocacia do estado. Todo esse esforço também resultou na conquista da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
“Somos mãe, esposa, donas de casa, mas também podemos empreender. Ocupamos um papel fundamental na sociedade e acho que podemos fazer muito mais pelo futuro de nosso país. Somos verdadeiras guerreiras e merecemos ser reconhecidas por isso”, explica Laura.
Perfil
As empreendedoras sergipanas em geral são jovens (50,2% delas possuem entre 18 e 39 anos), chefes de família (39%), possuem ao menos um filho (70%) e também desempenham atividades domésticas (93% delas).
Elas exercem suas atividades principalmente nos Setores de Serviços e Comércio, sobretudo na venda de roupas, acessórios e calçados, comercio ambulante e cabeleireiros. As mulheres também ocupam bastante espaço em atividades voltadas ao atendimento das necessidades básicas da população, como alimentação e saúde.
As informações constam no “Anuário das mulheres empreendedoras e trabalhadoras em micro e pequenas empresas”, elaborado por meio de uma parceria entre o Sebrae e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As informações foram coletadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados mostram que as mulheres se preparam melhor antes de abrir uma empresa. Mais de 36% delas têm nível superior completo ou mais, enquanto o percentual no sexo masculino é de 23,9%. Porém, embora mais capacitadas, elas ainda convivem com a desigualdade, já que apresentam um rendimento médio 32% inferior ao recebido pelos homens.
“ A mulher tem características próprias que acabam se refletindo no ambiente empresarial. A preocupação em cuidar melhor de suas coisas, de planejar suas atividades e o seu senso de organização são elementos fundamentais que contribuem para o sucesso de qualquer negócio. É por isso que precisamos incentivá-las a empreender cada vez mais e com isso ajudar a transformar o nosso país”, ressalta o superintendente do Sebrae, Emanoel Sobral.
Fonte: Ascom Sebrae