ARACAJU/SE, 19 de maio de 2024 , 19:50:48

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Rede Outback avalia venda de operações no Brasil

 

A Bloomin’ Brands, dona da rede de restaurantes Outback, anunciou que está explorando e avaliando alternativas estratégicas para as operações no Brasil incluindo, mas não se limitando a uma possível venda das operações.

O conselho de administração da empresa contratou o BofA Securities como seu consultor financeiro. A empresa diz que busca opções que tenham o potencial de maximizar valor para seus acionistas.

A companhia afirma que planeja prosseguir tempestivamente, mas não definiu um cronograma para a conclusão deste processo, e que não pode haver garantia de que esta revisão resultará numa transação ou outra alternativa estratégica de qualquer tipo.

A Bloomin’ Brands informou ainda que não pretende fazer mais comentários públicos sobre a revisão, a menos que determine que a divulgação é apropriada ou necessária.

A empresa possui 159 restaurantes Outback no Brasil, e abriu quatro novas unidades desde 31 de dezembro de 2023. As vendas comparáveis do Outback no país recuaram 0,7% no primeiro trimestre deste ano, e o tráfego de clientes teve queda de 3,7%.

A Bloomin’ Brands também possui 37 unidades dos restaurantes Abbraccio e Aussie Grill no Brasil, com a abertura de um restaurante no primeiro trimestre deste ano.

A companhia registrou prejuízo líquido de US$ 83,9 milhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro de US$ 91,3 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita caiu 3,4% em base anual, para US$ 1,19 bilhão.

Saída do Brasil analisada há dois anos e sondagem de fundos

Não é de hoje que a Bloomin’ Brands tenta vender o seu negócio no Brasil, mas a falta de propostas concretas ao negócio, num período conturbado após a pandemia, tornava mais complexo um desfecho positivo, apurou o Valor.

O comando do grupo global informou, na terça-feira (7), que busca alternativas para a operação no país.

Pelo menos desde 2022, os operadores do Outback e da rede de restaurantes Abbraccio passaram a analisar a entrada inicialmente de um sócio na empresa, e depois de um comprador para todo o negócio. Mas a cautela dos fundos de investimentos com essa operação de cadeias de alimentação e as dificuldades vividas pelas grandes redes de restaurantes no país, como a SouthRock (gestora da Starbucks no país), que teriam condições de assinar um cheque maior, limitavam interessados.

A informação que circulava no mercado dois anos atrás, quando os rumores surgiram no setor, era de que o controle do Outback Brasil está nas mãos de Peter Rodenbeck, que permanece como “chairman”, e ele já estaria buscando uma saída do negócio. Fundos estrangeiros foram sondados no ano passado, quando os negócios vinham numa recuperação, após a queda nas vendas até 2021.

Foi Rodenbeck que trouxe o McDonald’s ao país nos anos 70, e ao lado de sua mulher, Maria Luisa, morta em 2007, participou como sócio da entrada da Starbucks no Brasil.

“Ele está nessa operação do Outback há mais de duas décadas, e já tem uma idade avançada, então faz sentido ele passar adiante”, diz uma fonte.

A necessidade de acelerar o crescimento mais rapidamente também motivou a busca de sócios no negócio e depois, da hipótese de venda.

O BofA Securities está com mandato de venda da operação no Brasil.

O Valor apurou ainda que os representantes sondaram em 2023 a RBI, dona do Burger King e Popeyes no mundo, mas as conversas não avançaram na época. No Brasil, a Zamp opera o Burger King.

Segundo uma fonte do alto escalão da empresa, o grupo não deve comentar o assunto até que a questão avance.

Fonte: Valor Econômico

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