ARACAJU/SE, 26 de julho de 2024 , 20:30:11

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Simulador do Banco Mundial expõe impacto da reforma tributária

 

A inclusão de todos os alimentos na cesta básica nacional elevaria a alíquota somada dos novos tributos para 28,3%, indica o simulador lançado pelo Banco Mundial. A tributação das famílias entre os 10% mais pobres quase triplicaria, em comparação com as mais ricas.

O Simulador de Imposto sobre Valor Agregado (SimVAT) permite que qualquer pessoa calcule a alíquota geral e o impacto na carga tributária das famílias por faixa de renda.

A proposta do governo federal limita a cesta básica com alíquota zero a 18 grupos de alimentos. O projeto inclui outras seleções na lista de produtos com tributação reduzida e assegura cashback (retorno de parte da compra) para famílias inscritas no Cadastro Único do governo. Esse esquema estimaria uma alíquota de 26,5%.

A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), que reúne 324 deputados e 50 senadores de diversos partidos, defende uma isenção ampla e sem o cashback.

Se todos os bens e serviços tivessem a mesma porcentagem, a tributação necessária para manter a carga seria de 20%. Esse modelo, sem a devolução de imposto aos mais pobres, também prejudicaria a baixa renda.

O principal economista do Banco Mundial para o Brasil, Shireen Mahdi, enfatiza a importância do SimVAT para o debate no Congresso sobre a regulamentação da reforma tributária.

“Ao lançar o SimVAT, o Banco Mundial enfatiza a importância de usar evidências concretas e sugestões baseadas em dados para inspirar o texto final da reforma”, afirma Mahdi ao jornal Folha de S.Paulo. “Com dados oportunos e valiosos, os formuladores de políticas podem tomar decisões informadas que têm grandes impactos positivos, especialmente para populações vulneráveis”.

O simulador também apresenta estimativas para o Imposto Seletivo sobre bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. São eles: 32,95% para refrigerantes; 46,35% para cervejas; 61,66% para demais bebidas alcoólicas; e 250% para o fumo.

Os números têm base nas alíquotas estimadas pela Secretaria Especial da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda.

Segundo uma fonte governamental, esses percentuais são uma hipótese para a arrecadação do Imposto Seletivo, usada nas projeções da alíquota padrão pela secretaria. Eles não representam necessariamente as alíquotas que serão propostas futuramente pelo governo.

Essa mudança deve ocorrer por meio de lei ordinária, que está em discussão no Congresso.

Fonte: Revista Oeste

 

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