Por Felipe Maceió, redação AJN1
Os professores do município de Pirambú, distante 76 quilômetros da capital, paralisarão por um dia suas atividades nesta sexta-feira, 09, como forma de protesto pelo atraso do pagamento dos salários. Para demostrar toda a insatisfação quanto a atual situação, os servidores da educação do município prometem um ato em frente a Secretaria de Educação amanhã pela manhã.
Segundo a categoria, o problema ocorre pelo segundo mês consecutivo e, mesmo demonstrando revolta, a prefeitura já teria informado aos professores que os salários continuarão sendo pagos fora do prazo pelos próximos meses.
Os professores explicam que o atraso dos salários teve início no mês de agosto e que o problema se repetiu no mês passado.
“A prefeitura deveria ter feito o pagamento e não o fez. Eles prometeram enviar a folha ao banco somente amanhã, mas nós não sabemos quando teremos nossos salários por causa do fim de semana e do feriado na segunda-feira.Temos contas para pagar”, explica a delegada suplente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (Sintese), professora Jucileide Corrêa.
Jucileide lembra ainda que o município recebe verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), repassada pelo Governo Federal, e que não há motivo que justifique o atraso.
“É uma verba carimbada. Se nós somos pagos com o dinheiro repassado pelo Governo Federal, por que o município atrasa o pagamento? Desde o dia 25 [de setembro] que a prefeitura não se pronuncia, mesmo a gente tendo enviado um ofício informando sobre a paralisação de amanhã”, indaga a professora, que não descarta ainda a possibilidade de estender a greve caso a situação não seja normalizada.
O problema no atraso do pagamento dos salários não seria um ‘privilégio’ somente dos professores de Pirambú. De acordo com a diretora de base do Sintese, Sandra Moraes, outras 24 prefeituras estariam em débito com os professores.
Pirambu
De acordo com o assessor de comunicação de Pirambú, Chico Freire, o atraso ocorreu pela falta de recursos para complementar a folha de pagamento dos professores, que custa ao município R$ 608.991,83. O assessor explica que o município enfrenta dificuldades financeiras e que a prefeitura havia detalhado a situação para categoria durante reunião ocorrida há cerca de 15 dias.
"Isso foi mostrado aos professores durante o encontro. Esse anúncio de paralisação nos surpreendeu já que nada foi escondido ou negado deles", conta Chico Freire.
O assessor diz ainda que a prefeitura aguarda o pagamento da primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundeb, do mês de outubro, para suprir o déficit de R$ 119.203,80 na folha dos professores.
"Somente o recurso do Fundeb não é suficiente para arcar com a folha de pagamento", explica Chico Freire, afirmando que no mês de setembro o fundo teria repassado cerca de R$ 489.788,03 ao município.